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25/Jun/2025

Dólar sobe com questões técnicas alívio de tensões

O dólar ganhou força ao longo da sessão e encerrou em alta de 0,29% nesta terça-feira (24/06), a R$ 5,51, após máxima a R$ 5,52. No exterior, a moeda norte-americana recuou tanto frente a divisas fortes quanto emergentes, em dia marcado pela retomada do apetite ao risco com a diminuição das tensões no Oriente Médio. Operadores atribuíram o tropeço do Real a questões técnicas, com fluxo pontual de saída de recursos e recomposição parcial de posições defensivas. No início da sessão, o dólar rompeu o piso de R$ 5,50 e registrou mínima a R$ 5,47, movimento que pode ter atraído compradores. A queda de mais de 5% dos preços do petróleo também pode ter prejudicado o Real, embora as demais divisas emergentes tenham desempenho positivo. Entre as moedas mais ligadas ao preço da commodity, apenas a coroa norueguesa perdeu valor.

Segundo a Treviso Corretora, a liquidez está baixa e o cupom cambial em alta. Aparentemente, tem estrangeiro saindo, algo que acontece em fim de semestre, ou até mesmo busca por hedge. O Banco Central viu a distorção no cupom e resolveu intervir. A diminuição do cupom tende a favorecer operações de carry trade. O Banco Central anunciou para quarta-feira (25/06) uma intervenção dupla no mercado de câmbio: leilão de venda de US$ 1 bilhão no segmento spot e oferta de 20 mil contratos de swap cambial reverso (equivalente a US$ 1 bilhão), o que, na prática, significa compra de dólar futuro. A conjugação dessas intervenções teria como objetivo conter certo estresse no mercado de cupom cambial curto, que reflete a taxa de juros em dólar no Brasil. Com tamanho idêntico das operações, não há efeito maior sobre a taxa de câmbio nem sobre o nível de reservas líquidas. A Nova Futura Investimentos também avalia que o Banco Central parece querer reduzir a inclinação da curva de cupom cambial.

Quando o Banco Central vende no spot, os bancos costumam desovar os dólares no Brasil, o que reduz a taxa do cupom cambial. A alta do dólar nesta terça-feira (24/06) provavelmente pode estar ligada a fatores domésticos, já que a moeda norte-americana recua no exterior. O peso mexicano, que poderia apanhar em razão da queda do petróleo, que já soma quase 13% em dois dias, está indo muito bem. Parece ser algo mais interno. Apesar do escorregão, o Real apresenta ainda no ano o melhor desempenho entre divisas emergentes latino-americanas, com ganhos de quase 11% em relação à moeda norte-americana. Parte do fôlego do Real é atribuída à atratividade do carry trade, em razão do diferencial elevado entre juros locais e externos. A ata do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, quando a taxa básica Selic foi elevada de 14,75% para 15%, sinalizou que o ciclo de aperto monetário foi encerrado e reforçou a mensagem do comunicado de que a taxa permanecerá em nível elevado por período prolongado, cenário teoricamente favorável ao Real.

No exterior, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante uma cesta de seis divisas fortes, furou o piso dos 98,000 pontos, com mínima de 97,707 pontos, e já acumula queda de mais de 1,50% nesta semana. Além da diminuição das tensões no Oriente Médio, o dólar se enfraquece diante da perspectiva crescente de que um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) está cada vez mais próximo. Após dois dirigentes do Fed indicarem que estão prontos para afrouxar a política monetária, o presidente do Fed, Jerome Powell, adotou tom mais cauteloso em testemunho no Congresso dos Estados Unidos, reiterando a estratégia de "esperar para ver". Ele ponderou que a maioria significativa dos dirigentes acredita que será possível cortar os juros ainda neste ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.