20/Jun/2025
Segundo projeções do Bradesco, o preço da soja deve recuar em 2026 devido à maior oferta doméstica e balanços globais menos apertados, enquanto o PIB da Agropecuária deve crescer mais de 3%. Apesar da pressão baixista em algumas commodities, o agronegócio seguirá em crescimento no próximo ano, em ritmo de expansão menor, mas com novos recordes no setor. A projeção é de uma safra recorde de grãos de 353 milhões de toneladas em 2025/2026, crescimento de 4,1% em relação à safra atual estimada em 340 milhões de toneladas. O incremento virá principalmente da soja, com aumento de área plantada e recuperação da produtividade no Rio Grande do Sul. Os preços de soja, trigo, café e açúcar devem recuar no próximo ano. Isso é reflexo de uma oferta doméstica maior, tendo em vista balanços globais menos apertados. Para a soja especificamente, a maior produção nacional combinada com balanços mundiais mais folgados deve pressionar as cotações para baixo.
Na contramão, os preços do milho no mercado interno tendem a ser mais elevados em média, mesmo com o crescimento da safra brasileira. Por outro lado, os preços de milho no mercado interno tendem a ser mais elevados em média, mesmo com o crescimento da safra brasileira. O balanço externo segue bastante apertado, com a menor relação estoque consumo dos últimos 13 anos. No Brasil, a entrada de novas plantas de etanol de milho sustentará o avanço da demanda pelo cereal, mantendo os estoques internos historicamente baixos. Para arroz, a menor oferta deve levar à alta dos preços em 2026 devido à projeção de queda de área plantada. No café, a estimativa é de crescimento de 4% na produção em 2026/2027, mesmo sendo um ano de bienalidade negativa para o arábica. Em neutralidade climática, a produção de café deve crescer em torno de 4%, mesmo em ano de bienalidade negativa, com a recuperação da produtividade do arábica.
Para o açúcar, a projeção é de expansão da produção de 2,5% em 2026/2027. Com produção de cana-de-açúcar crescente e mix semelhante ao da atual safra, a projeção é de expansão da produção de açúcar da ordem de 2,5% em 2027, com o clima dentro da média histórica elevando a produtividade do setor sucroalcooleiro. O destaque negativo fica por conta das carnes, especialmente bovina. A projeção indica queda de 6,6% nos abates de bovinos devido à retenção de fêmeas, caracterizando a reversão do ciclo pecuário. Para carnes, a reversão do ciclo pecuário bovino ficará mais clara em 2026. Por fim, para carnes, a menor oferta de bovinos e a demanda externa elevada devem levar à nova queda da disponibilidade interna, elevando os preços domésticos e puxando os preços das demais proteínas animais. Em contrapartida, frango e suíno devem ter alta em torno de 2,5% da produção. O cenário climático é fundamental para as projeções. O Bradesco trabalha com neutralidade climática para 2026, o que significa um clima dentro da média histórica, associado à boa produtividade das lavouras, sem quebras significativas.
A mediana dos modelos sugere neutralidade até setembro deste ano, com divergências nos modelos após esse período. Para a renda agrícola, a projeção é de um crescimento menor em 2026. O ritmo de crescimento tende a ser menor e a composição deve mudar. Depois de superar R$ 1,5 trilhão em 2025 com alta de 18%, a renda agrícola deve crescer 5% em 2026, puxado por preços de proteína. O PIB da Agropecuária deve manter trajetória positiva, mas em ritmo menor. O PIB da Agropecuária deve crescer mais de 3,0% em 2026, depois de superar alta de 6,0% neste ano. O menor crescimento de grãos, combinado com a queda da produção de bovinos, resultará em ritmo de expansão menor do PIB da porteira para dentro. Para a inflação de alimentos, a expectativa é de desaceleração em 2026, mas com pressão concentrada nas proteínas. Tais resultados devem levar à desaceleração da inflação de alimentos em 2026, também respondendo a desaceleração da atividade. A pressão altista maior deve vir de carnes, enquanto soja, milho, açúcar e café trazem inflação mais branda para produtos industrializados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.