17/Jun/2025
O dólar fechou esta segunda-feira (16/06) em queda firme ante o Real e abaixo dos R$ 5,50, renovando a menor cotação de 2025, em sintonia com o recuo quase generalizado da divisa norte-americana no exterior, enquanto investidores reagiam aos desdobramentos do conflito entre Israel e Irã e aguardavam as decisões de bancos centrais nesta semana. O dólar fechou em baixa de 0,98%, a R$ 5,48, o menor valor de fechamento desde 7 de outubro do ano passado, quando encerrou em R$ 5,48 e a primeira vez que o dólar termina a sessão abaixo de R$ 5,50 este ano. Em 2025 a divisa acumulou baixa de 11,20%. A sessão começou com dados positivos das vendas do varejo da China, que cresceram 6,4% em maio ante abril, acima da expectativa de 5,0%, enquanto a produção industrial chinesa avançou 5,8% em maio ante o mesmo mês do ano anterior, abaixo dos 5,9% esperados.
Embora permaneçam os receios em torno da disputa tarifária entre Estados Unidos e China, os números deram força a diversas moedas de países exportadores de commodities. O movimento foi favorecido ainda pelo alívio nos preços do petróleo, que durante a tarde cediam cerca de 2% no mercado internacional. Em todo o mundo, os investidores se mantiveram atentos aos desdobramentos do conflito entre Israel e Irã, em meio a notícias de que os iranianos buscam um cessar-fogo. Neste cenário, o dólar cedia ao redor do mundo e, no Brasil, permaneceu no território negativo durante todo o dia, variando entre a cotação máxima de R$ 5,53 (-0,05%) e a mínima de R$ 5,48 (-1,01%). Segundo a Nomad, o recuo da moeda norte-americana frente a pares globais, impulsionado por dados mais fracos da indústria nos Estados Unidos e indicadores positivos da China, somado à queda do petróleo com sinais positivos vindo no Oriente Médio, criou um ambiente propício ao aumento do apetite por risco.
Investidores também aguardavam pela “Super-Quarta”, quando o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e o Banco Central do Brasil decidirão sobre suas taxas de juros. As apostas de uma elevação adicional de 25 pontos-base da Selic, precificadas de forma majoritária no mercado, favoreciam o recuo do dólar ante o Real, em meio à percepção de que o Brasil seguirá atrativo ao capital externo. Atualmente a Selic está em 14,75% ao ano. No exterior, o dólar seguia em baixa. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,15%, a 98,129. O Banco Central vendeu toda a oferta de 35.000 contratos de swap cambial tradicional. Em uma operação separada, o Banco Central vendeu US$ 1 bilhão em dois leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra), também para rolagem. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.