05/Jun/2025
Segundo a seguradora SCOR, as perdas globais de seguros decorrentes de catástrofes naturais crescem de 5% a 7% em termos reais por ano. Isso mostra a relevância do tema do clima para o setor. As mudanças climáticas têm um papel cada vez mais preponderante provocando algumas alterações como, por exemplo, aumentando o valor dos bens segurados de uma forma extraordinária. A Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) destacou que as mudanças climáticas são desafio gigante para o setor por tornarem imprecisos os modelos de cálculo de risco e precificação. O clima tem transformado grandes regiões, provocando secas onde antigamente havia enchentes e vice-versa. As mudanças climáticas são um grande desafio porque dificultam a avaliação dos riscos.
O momento demanda um grande trabalho coletivo de construção de conhecimento. Essa construção demanda diálogo com outros países. A resseguradora Guy Carpenter no Brasil desenvolveu modelos preditivos para alagamentos e seca e, ainda neste ano, irá lançar outros modelos para projeções sobre incêndios e vendavais. Segundo projeções, a perda na área de resseguros pode ser três vezes superior ao atual caso a elevação da temperatura global seja de 2°C, ou seja, superior à meta de 1,5°C do Acordo de Paris. Segundo a iniciativa Princípios de Investimentos Responsáveis (PRI) da Organização das Nações Unidas (ONU), os grandes investidores reconhecem o clima como uma ameaça aos negócios.
Mas, é preciso que haja o engajamento da política nas reformas necessárias para acelerar a transição energética. A CNSeg ‘convocou’ os representantes do setor a participarem da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em Belém (PA), repetindo que o setor de seguros não foi discutido nas últimas 29 edições da COP da ONU. Nas últimas 29 COPs, não houve nenhuma palavra sobre seguros. Então, o setor precisa se unir para mostrar sua relevância e oferecer soluções aos efeitos das mudanças climáticas. Ao não atuar ativamente no único fórum democrático global sobre clima, o setor de seguros não estará contemplado nas políticas públicas, marcos e outras iniciativas que responderão às mudanças climáticas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.