03/Jun/2025
A agricultura é uma indústria a céu aberto. Frase repetida inúmeras vezes pelos produtores e representantes do agronegócio foi novamente validada na divulgação do PIB do primeiro trimestre deste ano. A dependência climática do agronegócio é cada vez maior. Na economia brasileira, por sua vez, os efeitos têm sido similares, uma vez que a atividade agropecuária apresenta crescimento superior ao de outros setores e vem aumentando sua participação no resultado total. O PIB da agropecuária cresceu 10,2% no primeiro trimestre deste ano quando comparado com os três primeiros meses de 2024, impulsionado pela supersafra de grãos. Na mesma base comparativa, o PIB do Brasil avançou 2,9%. Mais uma vez, a agropecuária puxou o resultado do PIB nacional. E mais uma vez, refletindo as condições climáticas.
No ano passado, há de se lembrar que a queda de 3,2% no PIB agro limitou a expansão do PIB nacional, em um ano em que a quebra de safra afetou o desempenho do setor. Desta vez, o resultado foi positivo com condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento da maior safra de grãos da história, estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 330,33 milhões de toneladas. Alguns produtores chegam a dizer que o clima nunca foi tão favorável como neste ano, impulsionando a produtividade das lavouras. Após a retração da agropecuária no ano passado, a própria equipe econômica do governo mantinha um otimismo cauteloso quanto ao desempenho de 2025. Em fevereiro deste ano, o Ministério da Fazenda alertou ao comentar as previsões de expansão do PIB que era preciso ainda acompanhar o desenrolar da safra, em momento de colheita da soja.
O ano começou com apreensão com chuvas na Região Centro-Oeste que atrasaram a colheita da soja e podiam comprometer o cultivo do milho, o que não se concretizou. Estiagens no Rio Grande do Sul, no oeste do Paraná e no sul de Mato Grosso do Sul também preocupavam quanto ao impacto na produção nacional, mas acabaram se transformando em "soluços" no todo, apesar dos impactos expressivos nos resultados regionais e dos expressivos prejuízos econômicos aos produtores e municípios. O fato é que as condições climáticas foram favoráveis à supersafra brasileira. Apesar dos pesares, a safra se desenvolveu bem e caminha para a maior da história, deixando, mais uma vez, forte contribuição econômica ao País. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.