03/Jun/2025
Até o dia 15 de junho, o presidente da COP30, o diplomata André Corrêa do Lago, vai apresentar a agenda das ações do encontro marcado para novembro em Belém, no Pará. A agenda será o tema da quarta Carta Aberta que será enviada por Lago à comunidade internacional sobre a COP30. A agenda de ação tem crescido significativamente nos últimos encontros, e é de onde surgem muitas das melhores soluções para combater mudanças do clima. Ao mesmo tempo em que as negociações ocorrem, tem outras salas em que outros atores podem apresentar o que estão fazendo, porque a negociação em si são os países que negociam, mas na agenda de ação tem espaço para os setores, para as cidades, para os governos locais e para o setor privado, para a sociedade civil também contar o que estão fazendo, explicou Lago após participar de evento do Fórum Econômico Mundial, que está acontecendo esta semana no Rio de Janeiro.
Ele explicou que nos últimos anos as Conferências das Partes (COPs) se desligaram um pouco da realidade das pessoas, que veem os países assinando documentos que não se sabe bem o que são, e como se aplicam na vida delas. Teve na agenda de ação em alguns países, por exemplo, uma união de empresas, de grandes produtoras de comida, grandes empresas produtoras de petróleo, grandes empresas produtoras de outras coisas, que se juntam, do mundo inteiro, para se comprometer a ser, por exemplo, o carbono zero em 2040 ou em 2050, ou seja, são compromissos que vão além dos compromissos dos países. É graças às COPs que muitos países desenvolveram soluções para combater as mudanças climáticas e muitas tecnologias foram adotadas e, por consequência, tiveram um impacto sobre a vida das pessoas.
A agenda de ação está sendo elaborada pela presidência brasileira, em consulta com todos os ministérios do governo, mas também ouvindo o mundo, de acordo com o diplomata, já que é uma agenda de ação para o mundo inteiro. Os outros países também e estão sendo ouvidos, porque a agenda de ação é uma forma de mostrar como implementar o que foi assinado. Há uma grande frustração do mundo com relação à implementação, então, isso deve ser mostrado, afirmou Lago, ressaltando que a CPO30 será a COP das soluções. Em relação ao setor de energia, um dos mais cobrados por ambientalistas, principalmente por conta da produção de combustíveis fósseis, Lago informou que as três grandes decisões tomadas na COP28 realizada em Dubai, em 2023, continuam na pauta dos governos e precisam ser implementadas: a transição para o afastamento dos combustíveis fósseis; a necessidade de triplicar as energias renováveis no mundo e a duplicação da eficiência energética.
Mas, teve várias outras coisas também no balanço global, dois anos atrás, inclusive o fim do desmatamento, por exemplo, e uma maior recuperação de áreas de florestas. O que acontece na agenda de ação é interessante, porque junta aqueles que querem fazer e não necessariamente todos, porque se for implementar, precisa que todo mundo concorde, é muito mais difícil a implementação. Então, a ideia é começar com quem quer implementar e discutir temas, por exemplo, como biocombustíveis. Nem todos os países têm capacidade de produção de biocombustíveis, nem todos os países preferem adotar biocombustíveis, mas muitos países têm interesse e podem se beneficiar de biocombustíveis. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.