02/Jun/2025
O dólar fechou a sexta-feira com alta firme e novamente acima dos R$ 5,70, em sintonia com o avanço da moeda norte-americana no exterior após novos atritos comerciais entre Estados Unidos e China, em sessão marcada ainda pela disputa no Brasil pela formação da taxa Ptax de fim de mês. O dólar fechou em alta de 0,96%, a R$ 5,72. Na semana passada, a divisa acumulou elevação de 1,30% e, no mês de maio, avanço de 0,78%. Desde cedo os negócios com moedas foram impactados por declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusando a China de violar um acordo entre os dois países para reduzir mutuamente as tarifas e as restrições comerciais sobre minerais essenciais. Os receios em torno da guerra tarifária entre Estados Unidos e China penalizaram ativos de países emergentes ao redor do mundo, incluindo o Real.
No Brasil, as cotações do dólar também foram contaminadas pela disputa entre comprados e vendidos pela formação da Ptax do fim de maio. Calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa). Assim, após marcar a cotação mínima de R$ 5,65 (-0,17%), logo após a abertura, o dólar atingiu a máxima de R$ 5,74 (+1,34%), perto de uma das janelas de coleta do Banco Central para formação da Ptax. O Banco Central coleta valores para a Ptax em janelas próximas das 10h, 11h, 12h e 13h, o que normalmente intensifica a volatilidade nestes horários.
Formada a Ptax (R$ 5,70 na venda), o dólar passou a oscilar sem a pressão técnica, o que desacelerou as cotações. Ainda assim, a divisa se manteve em alta firme ante o Real. Segundo o Banco Moneycorp, o dólar subindo no exterior interfere no movimento interno. Também continua a discussão sobre o IOF, que ainda não acabou. Ainda que o governo tenha voltado atrás em algumas medidas, as demais seguem ameaçadas pela ação do Congresso, que pressiona pela derrubada do decreto que alterou alíquotas do imposto. Tanto o mercado de renda fixa quanto o de câmbio seguiram operando atentos às discussões sobre o IOF. A divulgação da alta de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no primeiro trimestre do ano, na comparação com os três meses anteriores, teve impacto direto na curva futura de juros, mas acabou ficando em segundo plano no mercado de câmbio. No exterior, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,15%, a 99,406. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.