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02/Jun/2025

PIB 1º trimestre: maior patamar da série histórica

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou alta de 1,4% no primeiro trimestre de 2025 ante o quarto trimestre de 2024. Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, o PIB apresentou alta de 2,9% no primeiro trimestre de 2025. O PIB do primeiro trimestre de 2025 totalizou R$ 3 trilhões. No primeiro trimestre de 2025, o PIB brasileiro alcançou o maior patamar da série histórica iniciada em 1996. O avanço de 1,4% no PIB no primeiro trimestre de 2025 ante o quarto trimestre de 2024 foi a 15ª taxa positiva consecutiva neste tipo de comparação. No primeiro trimestre de 2025, pelo lado da oferta, tanto o PIB de Serviços quanto o da Agropecuária alcançaram patamares recordes. O PIB da indústria está 4,7% abaixo do pico alcançado no terceiro trimestre de 2013. A indústria de transformação ainda opera em patamar 15,1% aquém do pico alcançado no terceiro trimestre de 2008. Sob a ótica da demanda, o consumo das famílias e o consumo do governo alcançaram novos ápices da série histórica. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) ainda estava 6,7% abaixo do pico da série alcançado no segundo trimestre de 2013.

O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária subiu 12,2% no primeiro trimestre de 2025 ante o quarto trimestre de 2024. Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, o PIB da agropecuária mostrou alta de 10,2%. O avanço de 1,4% na atividade econômica no primeiro trimestre de 2025 ante o quarto trimestre de 2024 foi impulsionado pelo PIB Agropecuário. Um quarto do crescimento anual do PIB tem a ver com agropecuária, isso por efeito direto. Entre as boas notícias do campo está a expectativa de uma nova safra recorde de soja, principal cultura do País, cuja colheita é mais concentrada no primeiro trimestre. Várias colheitas que estão crescendo neste ano são concentradas no primeiro trimestre. O setor está beneficiado por condições climáticas favoráveis e por uma baixa base de comparação. Além de a produção estar crescendo, a produtividade também está crescendo. Além da soja, o PIB da Agropecuária é impulsionado por safras maiores de milho, arroz e fumo. Há efeitos indiretos da agropecuária em outros segmentos, como transportes, comércio e investimentos.

O Produto Interno Bruto (PIB) da indústria recuou 0,1% no primeiro trimestre de 2025 ante o quarto trimestre de 2024. Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, o PIB da indústria mostrou alta de 2,4%. A política monetária afetou no primeiro trimestre o desempenho da indústria de transformação e da construção, mas o bom desempenho da agropecuária ofuscou o alcance do aperto monetário. Os Serviços, com alta de 0,3%, também contribuíram positivamente para o PIB do primeiro trimestre, com destaque para o crescimento de 3,0% em Informação e comunicação, especialmente devido ao aumento de Internet e desenvolvimento de sistemas. Por outro lado, a Indústria de transformação encolheu 1,0% no primeiro trimestre de 2025 ante o quarto trimestre de 2024, e a Construção caiu 0,8%.

Como consequência, o PIB industrial recuou 0,1% no primeiro trimestre, afetado pela política monetária restritiva. As duas atividades que estão caindo mais em relação ao quarto trimestre são as duas maiores quedas, transformação e construção, as que têm maior peso no PIB da indústria. É pela política monetária restritiva. São as atividades econômicas que estão realmente mais impactadas pela política monetária mais restritiva. As indústrias extrativas cresceram 2,1% no primeiro trimestre ante o quarto trimestre. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, porém, o resultado foi mais modesto, elevação de apenas 0,2%, devido a uma maior extração de petróleo e gás, mas queda no minério de ferro.

O Produto Interno Bruto (PIB) de serviços subiu 0,3% no primeiro trimestre de 2025 ante o quarto trimestre de 2024. Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, o PIB de serviços mostrou alta de 2,1%. O consumo das famílias subiu 1,0% no primeiro trimestre de 2025 ante o quarto trimestre de 2024. Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, o consumo das famílias mostrou alta de 2,6%. O consumo do governo, por sua vez, subiu 0,1% no primeiro trimestre de 2025 ante o quarto trimestre de 2024. Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, o consumo do governo mostrou alta de 1,1%. O Consumo das Famílias alcançou novo patamar recorde no primeiro trimestre de 2025, impulsionado pelo mercado de trabalho aquecido, pela manutenção de programas de transferência de renda e pela expansão nas concessões de crédito. Porém, o consumo mostra um ritmo de crescimento mais brando do que o registrado pelo PIB como um todo.

O consumo das famílias está crescendo abaixo do PIB, tanto na taxa com ajuste sazonal quanto na taxa interanual. Pela ótica da demanda, quem está puxando mais o crescimento do PIB são os investimentos. O próprio consumo das famílias poderia ser mais alto, por exemplo, se não fosse a política monetária restritiva. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) cresceu 3,1% nesse tipo de comparação. Em relação ao primeiro trimestre de 2024, o Consumo das Famílias aumentou 2,6% no primeiro trimestre de 2025, e a FBCF subiu 9,1%. No mesmo período, o PIB teve expansão de 2,9%. Impactam negativamente o consumo das famílias a política monetária restritiva e a inflação resiliente. Mas, continua se observando melhora no mercado de trabalho. O crédito pode estar um pouco mais caro, mas continua crescendo.

A taxa de poupança ficou em 16,3% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2025. A taxa de investimento ficou em 17,8% no primeiro trimestre de 2025. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) subiu 3,1% no primeiro trimestre de 2025 ante o quarto trimestre de 2024. Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, a FBCF mostrou alta de 9,1%. A taxa de investimento (FBCF/PIB) do primeiro trimestre de 2025 ficou em 17,8%. A taxa de investimento no País cresceu de 16,7% no primeiro trimestre de 2024 para 17,8% no primeiro trimestre de 2025, o melhor desempenho para esse período do ano desde 2021, quando esteve em 18,4%. Tanto a taxa de investimento quanto a taxa de poupança crescerem. A taxa de poupança aumentou porque, como efeito da política monetária restritiva, o consumo das famílias cresceu abaixo do PIB.

As exportações cresceram 2,9% no primeiro trimestre de 2025 ante o quarto trimestre de 2024. Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, as exportações mostraram alta de 1,2%. As importações contabilizadas no PIB, por sua vez, subiram 5,9% no primeiro trimestre de 2025 ante o quarto trimestre de 2024. Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, as importações mostraram alta de 14%. A contabilidade das exportações e importações no PIB é diferente da realizada para a elaboração da balança comercial. No PIB, entram bens e serviços, e as variações percentuais divulgadas dizem respeito ao volume. Já na balança comercial, entram somente bens, e o registro é feito em valores, com grande influência dos preços. O tarifaço promovido pelo presidente norte-americano, Donald Trump, ainda não impactou o desempenho do comércio exterior brasileiro contabilizado no PIB do primeiro trimestre deste ano.

O Brasil não vai ser tão afetado quanto outros países. A exportação foi negativamente afetada pela queda na extração da extrativa mineral, a exportação de óleo e gás está subindo. As exportações devem ser maiores no segundo trimestre, com ajuda da agropecuária. Parte do aumento da produção da agropecuária visto no primeiro trimestre resultou em aumento dos estoques, o que deve se reverter em breve em vendas externas. A variação de estoque neste primeiro trimestre foi mais alta, muito por conta dessa variação da agropecuária. Parte disso é porque a agropecuária ainda não exportou. Quando tem uma variação muito alta na agropecuária, é normal ter variação de estoque. Provavelmente no segundo trimestre vai ter exportação maior e estoque menor.

As atividades financeiras cresceram 0,1% no primeiro trimestre de 2025 ante o quarto trimestre de 2024, já as atividades imobiliárias subiram 0,8%. As indústrias extrativas avançaram 2,1% no primeiro trimestre de 2025 ante o quarto trimestre de 2024, e o segmento de informação e comunicação subiu 3,0%. As outras atividades de serviços tiveram expansão de 0,8%, e transporte e armazenagem encolheram 0,6%. A produção de eletricidade e água aumentou 1,5% no período, enquanto o comércio avançou 0,3%. A indústria de transformação encolheu 1,0%, e a construção caiu 0,8%. A administração pública e seguridade social aumentaram 0,6%. A agropecuária avançou 12,2%. O IBGE revisou o PIB do quarto trimestre de 2024 ante o terceiro trimestre de 2024, que passou de alta de 0,2% para um crescimento de 0,1%.

Também revisou a taxa do PIB do terceiro trimestre do ano passado, na comparação como o segundo trimestre (0,7% para 0,8%). O resultado do segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre de 2024 passou de alta de 1,3% para elevação de 1,5%. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o resultado do PIB do primeiro trimestre veio bastante em linha com o esperado e referenda a expectativa de crescimento de cerca de 2% da economia neste ano, abaixo do observado nos últimos três anos. Já é possível ver alguns sinais de desaceleração da atividade econômica, ainda que esses sinais estejam aquém do esperado, dado o ciclo bastante restritivo da política monetária. Ao fazer uma "decomposição" do crescimento de 1,4% do PIB no primeiro trimestre deste ano, cerca de 1% respondeu por setores pouco sensíveis ao ciclo da política monetária, como a agropecuária e o consumo do governo.

O setor de serviços cresceu 0,3% neste primeiro trimestre, sucedendo uma alta de 0,2% nos últimos três meses do ano passado, variações relativamente baixas e que reforçam a percepção de moderação da atividade como um todo. Com serviços crescendo menos, o PIB vai crescer menos. Algumas dúvidas para a sequência do ano, porém, já estão no radar. Em especial, os efeitos que o novo crédito consignado a trabalhadores do setor privado pode ter na economia. Os gastos do setor público, com destaque para Estados e municípios, também dificilmente vão se moderar ao longo dos próximos meses o que torna, "difícil" um cenário em que o PIB cresça menos que 2% no ano, nível que é praticamente consenso no mercado financeiro.

O Ministério do Planejamento de Orçamento avalia que o resultado do PIB no primeiro trimestre de 2025, um avanço de 1,4%, mostra que o Brasil segue com crescimento forte, apesar dos desafios que se apresentam no cenário global. O mix que compõe esse crescimento denota dinamismo da economia brasileira e que o objetivo do governo é de manter esse avanço em um ciclo duradouro. O resultado do PIB do primeiro trimestre de 2025 mostra que o Brasil continua com crescimento forte, mesmo com o cenário desafiador na economia mundial. A agropecuária, o avanço dos investimentos e o consumo das famílias revelam uma economia mais dinâmica e diversa. O resultado do agro puxou o indicador nesse trimestre, com um avanço de 12,2%, o consumo das famílias avançou 1% e a formação bruta de capital fixo cresceu 3,1%. A própria pasta já havia destacado que a taxa de investimento da economia brasileira atingiu 17,8% do PIB. O objetivo do governo é manter esse crescimento em um ciclo duradouro, com ganhos de produtividade, inclusão e competitividade. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.