02/Jun/2025
Segundo a MacroSector, a agropecuária brasileira começou 2025 com desempenho expressivo, puxado principalmente pelo avanço da receita agrícola, que deve crescer cerca de 10% no ano. Esse avanço será um dos principais vetores para o crescimento de 4% do PIB do agro neste ano, após a retração de 3,2% em 2024. A expectativa se dá após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reportar crescimento de 10,2% do PIB Agro no primeiro trimestre de 2025, na comparação com igual período do ano passado. E a continuidade do crescimento é sustentada principalmente por três culturas: milho, soja e café. A lavoura de milho deve crescer 11% em volume e a receita, 25%. O bom desempenho se dá pela recuperação após quebras em 2023 e 2024 e pelo nível favorável dos preços internacionais.
Há uma relativa escassez de milho no mercado internacional que está sustentando o preço. No caso da soja, a produção deve crescer 13%, enquanto a receita terá alta de 12%. O preço internacional e doméstico da soja não está muito elevado e deve cair, mas a expansão da massa de produção física vai ajudar a melhorar a receita agrícola como um todo. A expectativa é de que a receita da soja atinja R$ 351 bilhões, em comparação com R$ 314,8 bilhões no ano anterior. O café será o grande destaque do ponto de vista de valorização. O preço do café está alto porque há uma escassez global. A produção deve crescer apenas 3%, por conta do caráter bianual da lavoura, mas a receita pode avançar 47%, atingindo R$ 90,3 bilhões. Esse aumento de receita do café, por causa da valorização do produto no mercado internacional, vai irradiar liquidez nos Estados maiores produtores, como Minas Gerais e Espírito Santo.
Esses fatores devem levar o segmento de lavouras como um todo a registrar crescimento nominal de cerca de 10% em 2025. Isso deve perder um pouco de dinamismo ao longo do segundo, terceiro e quarto trimestres, mas o PIB da agropecuária deverá crescer ao redor de 4%. Em termos relativos, mais do que compensaria a queda de 3,2% no ano passado. Além da agropecuária, outros componentes do PIB também registraram avanços. Destaque para o bom desempenho dos investimentos, que cresceram 9,1% no primeiro trimestre, ajudando a sustentar a atividade econômica. Isso evita um esfriamento maior do PIB em 2025. A projeção da MacroSector para o PIB total do ano está sendo revista para um crescimento ao redor de 2,7%.
Segundo a Tendências Consultoria, o crescimento de 10,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2025, ante igual período do ano passado, foi impulsionado principalmente pelas lavouras de grãos, mas a pecuária bovina foi a principal responsável por um resultado levemente acima do esperado. O destaque foi o abate de bovinos. No início do ano, a expectativa era de uma desaceleração no abate de bois, em virtude da transição do ciclo pecuário, com menor participação de fêmeas. O que veio a acontecer ao longo dos primeiros três meses do ano foi, na verdade, um aumento do abate. Esse movimento foi influenciado por fatores climáticos e por uma demanda internacional aquecida. Outros países não têm produzido tanta carne bovina, então o Brasil ainda está com um número positivo de abate. Além da pecuária, a colheita e comercialização de soja ocorreram em ritmo mais ágil do que em anos anteriores. A venda desses produtos foi mais rápida do que, por exemplo, em 2023.
Os preços ajudaram na rentabilidade dos produtores. O produtor teve uma boa remuneração porque conseguiu vender no momento certo. Atualmente, a Tendências projeta uma alta de 5% para o PIB do agro em 2025. O primeiro trimestre costuma concentrar os maiores resultados por causa da soja. Os demais trimestres tendem a ser menores. Apesar da perspectiva positiva para o milho 2ª safra de 2025, os resultados do segundo e terceiro trimestres podem ser pressionados pela pecuária. Teve uma alta de abate antecipada neste ano, então sobram menos bovinos para serem abatidos agora, num período que normalmente é forte nesse quesito. Outras culturas importantes que podem pesar negativamente no restante do ano: cana-de-açúcar e café sofreram muito com o clima no ano passado e não devem surpreender positivamente como a soja.
Segundo a MB Agro, o crescimento de 10,2% do PIB do agronegócio no primeiro trimestre de 2025, na comparação com igual período de 2024, era esperado, especialmente por causa do desempenho da soja. Para os próximos trimestres, o destaque é a 2ª safra de milho de 2025 e outras culturas, como a laranja. A 2ª safra de 2025 está começando a ser colhida agora e vem muito bem. A laranja está com uma safra bem melhor que a do ano passado. O desempenho da pecuária, especialmente a bovina, também chamou a atenção. As carnes têm bom desempenho principalmente a carne bovina, que tem crescido bastante, muito mais do que o esperado. Houve surpresa com o ritmo de abates, que, mesmo diante da expectativa de transição do ciclo pecuário, ainda não deu sinais de recuo.
A expectativa era de abates menores por causa da mudança de ciclo, mas isso ainda não aconteceu. Entre as hipóteses que explicam esse comportamento estão fatores climáticos e econômicos. A seca no ano passado piorou a condição física dos bovinos, o que causou impacto na taxa de prenhez das fêmeas. Isso aumentou o descarte. Além disso, o custo do crédito está alto, e o pecuarista acaba vendendo para gerar caixa. Em compensação, a cana-de-açúcar deve ter impacto negativo no PIB do agronegócio este ano. A cana-de-açúcar sofreu muito com a seca e as queimadas. Muitos produtores tiveram que reformar o canavial, e quando reforma, não colhe. Isso deve causar impacto nessa safra. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.