30/May/2025
Uma das alternativas que estão no radar da equipe econômica é a possibilidade de manter o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) este ano e aguardar mais um tempo para que novos mecanismos pudessem ser aplicados como uma alternativa para 2026. De qualquer forma, é válida ainda a informação de que não haverá qualquer mudança no decreto neste momento. Essa opção foi levantada, ainda que não profundamente, tanto na reunião do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com representantes do Congresso, quanto em reuniões com o setor privado. Apesar da enxurrada de críticas em especial ao IOF, o governo vem insistindo que as alíquotas agora (uma média de 3,5% ao ano) são inferiores às taxas aplicadas no fim do governo anterior.
A grande preocupação do governo com essa alternativa de aguardar para pôr em prática a alta do IOF a partir do ano que vem é a de que as discussões possam demorar a ocorrer, assim como o surgimento de opções e deixar novamente a administração com a "faca no pescoço" na área fiscal. O intuito da equipe econômica com essas medidas é o de dar fôlego ao arcabouço fiscal e entregar as contas públicas de forma sustentável. Ficou acertado nas reuniões que a equipe econômica estaria aberta a ouvir sugestões que possam ser encaminhadas como alternativas de compensação.
O que Haddad deixou claro a seus interlocutores é que não é possível apenas deixar para o Ministério da Fazenda a tarefa de buscar uma solução. Isso porque o Congresso já reprovou recomendações feitas pelo Executivo no passado. Também incomoda o fato de os parlamentares não quererem abrir mão das emendas que possuem sob sua custódia, assunto sobre o qual a maior parte dos senadores e deputados nem quer falar. Da mesma forma, a equipe econômica teve de ouvir que o governo tem gastado muito e não parece querer abrir mão de seus programas. Para piorar a situação, representantes da Esplanada dos Ministérios buscam rotineiramente o Ministério da Fazenda e o Ministério do Planejamento no intuito de obter mais recursos ou, pelo menos, serem retirados de possíveis cortes.
Fernando Haddad foi criticado dentro do Executivo e agora também pelo Legislativo por não ter antecipado sua intenção de fazer essas medidas, em especial a que proporciona aumento de tributos. A ele e a outros membros de sua equipe foi dito que medidas repentinas trazem imprevisibilidade à economia e são vistas como algo "sorrateiro". Pior, de acordo com essa avaliação: coloca em suspeição a possibilidade de o governo abrir mão de outras iniciativas que têm grande impacto e repercussão no mercado e que podem deixar o investidor com ‘um pé atrás’. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.