29/May/2025
Na avaliação do chefe da delegação da União Europeia no Brasil, Jean-Pierre Bou, o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia tem condições de ser finalizado ainda este ano ou, no máximo, no início de 2026. O tarifaço imposto ao mundo pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixa mais clara a importância para os dois lados do tratado que vem sendo costurado há 25 anos sem sair do papel. A União Europeia tem interesse que o acordo seja assinado o mais rápido possível e que possa entrar em vigor. É uma oportunidade muito importante para as economias em ambos os lados do Oceano Atlântico e reforça a parceria estratégica entre a União Europeia e o Brasil e os outros países do Mercosul. A perspectiva está alinhada com a do governo brasileiro.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, previu que o acordo seria assinado ainda em 2025. Após décadas de negociações e uma declarada oposição da França, o deslocamento da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a Montevidéu (Uruguai) em dezembro do ano passado elevou o otimismo do Brasil de que haveria chances mais palpáveis de que o acordo de livre comércio finalmente seria desbloqueado. O aceno positivo entre as partes se deu logo após o conhecimento da vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas. Claramente a negociação não foi fácil, mas é um interesse evidente da União Europeia e dos países do Mercosul continuar nesta direção.
Em março, quando Donald Trump anunciou uma série de tarifas comerciais para todo o globo, a avaliação generalizada era a de que tratados bilaterais poderiam ganhar mais fôlego, inclusive nos parlamentos europeus de alguns países do bloco, mais reticentes com a aproximação com as nações do Sul. O texto ainda precisa passar pela aprovação nos congressos nacionais dos países do Mercosul, além do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia. O tarifaço deveria fazer entender que este acordo é mais importante do que nunca. Sempre foi importante, mas agora é ainda mais importante. Para o chefe da delegação da União Europeia no Brasil, não há mais espaço para renegociações. Agora os planos são basicamente esses: assinatura, ratificação e a entrada em vigor. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.