28/May/2025
O dólar apresentou queda moderada no mercado local nesta terça-feira (27/05), dia marcado por alta das bolsas norte-americanas e valorização de divisas latino-americanas. O Real também pode ter se beneficiado da entrada de capital para a bolsa doméstica, após a leitura benigna do IPCA-15 reforçar a aposta de que o Banco Central já encerrou o atual ciclo de aperto monetário. Operadores observam que a liquidez foi muito reduzida na segunda-feira (26/05) com a ausência de negócios nos mercados americanos, em razão do feriado de Memorial Day nos Estados Unidos. Parte do movimento desta terça-feira (27/05) pode representar um ajuste de posições e correção dos ganhos do dólar da sessão anterior. O Banco Central vendeu US$ 500 milhões em leilão de linha da oferta total de US$ 1 bilhão para rolagem do vencimento de 2 de julho de 2025.
Com mínima a R$ 5,64, o dólar fechou a R$ 5,64, em baixa de 0,53%, passando a apresentar queda de 0,54% em maio. No ano, a moeda recua 8,65% em relação ao Real, que exibe o melhor desempenho entre as divisas latino-americanas em 2025, seguido pelo peso mexicano. Segundo a corretora Monte Bravo, o Real está acompanhando outras moedas da América Latina. A história é de continuidade de fluxo para mercados emergentes. O IPCA abaixo do esperado levou a um recuo dos juros das NTN-Bs e estimulou a compra de ações. Isso é um sinal de que há entrada de investidores estrangeiros para ativos de risco, o que é favorável para o Real. A demanda pelo leilão de linha também foi menor, o que sugere que há menos pressão sobre o câmbio. O IPCA-15 desacelerou de 0,43% em abril para 0,36% em maio. Foi também a menor leitura mensal para os meses de maio desde 2009.
A avaliação majoritária dos analistas é que a parte qualitativa do índice foi positiva, com menor pressão em núcleo e serviços subjacentes, embora permaneçam em níveis elevados. A +Ideas Consultoria Econômica destaca que, apesar da leitura do IPCA-15, a inflação segue elevada, com os preços de serviços indicando que a convergência para a meta levará tempo. Ainda assim, o IPCA-15 é uma boa notícia, que reforça a tese de que a política monetária já se encontra suficientemente restritiva, bastando que permaneça assim por um longo período. O resultado favorece a leitura de que o ciclo de alta da Selic terminou na última reunião do Copom. No exterior, a moeda norte-americana subia em relação a pares, com ganhos de mais de 1% frente ao iene japonês, e na comparação com a maioria das divisas emergentes e de países exportadores, na esteira de avanço bem acima do esperado do índice de confiança do consumidor dos Estados Unidos em maio, segundo o Conference Board.
As taxas dos Treasuries recuaram em bloco, o que também pode ter favorecido divisas latino-americanas. Segundo o Citi, os rendimentos de longo prazo do Tesouro dos Estados Unidos estão recuando após a notícia de que o Ministério das Finanças do Japão reduzirá a emissão de seus próprios títulos de longo prazo. A notícia está ajudando a estabilizar ativos de risco, com as ações dos Estados Unidos em alta. Após anunciar no domingo (25/05) o adiamento de 1º de junho para 9 de julho da imposição de tarifas de 50% a produtos da União Europeia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (27/05) esperar que o bloco europeu abra seu mercado para os Estados Unidos. Trump disse ainda ter sido informado que a União Europeia pediu para que as datas de reuniões sobre as negociações tarifárias sejam marcadas rapidamente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.