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27/May/2025

Guerra comercial beneficia Agro e desafia indústria

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou que a guerra comercial entre Estados Unidos e China vai favorecer a agricultura brasileira, mas aponta para a um cenário desafiador para a indústria. Independente que essa guerra comercial começou de forma errática, improvisada, autoritária, haverá um desacoplamento entre a economia da China e dos Estados Unidos. Esse desacoplamento vai beneficiar a agropecuária brasileira, porque o País é um grande provedor de alimentos do planeta, especialmente nesse período da crise climática. Para a indústria, o cenário é muito mais desafiador e vai exigir mais defesa comercial e mais parceria entre Estado e indústria.

O presidente do BNDES apontou a necessidade de mais recursos para a o processo de reindustrialização do Brasil. O custo dos extremos climáticos são cada vez mais intensos e recorrentes no mundo, a ponto de que as seguradoras não vão conseguir cobrir os impactos de eventos extremos do clima. Os Estados têm que se preparar. O mundo entra agora numa nova etapa histórica e, no centro desse debate e das eventuais soluções, está a relação entre Estado e mercado. é preciso construir uma relação mais criativa, mais engenhosa, mais inovadora na relação entre Estado e mercado, o Estado e o seu papel de indução, de fomento, de impulso ao desenvolvimento, ou dificilmente os países em desenvolvimento poderão reconstruir suas indústrias, se neoindustrializar e superar o hiato tecnológico nas relações internacionais.

Ao lado dessa crise, há também a crise climática. A temperatura média da Terra no último ano e oito meses aumentou em 1,5°C e todos os estudos recentes mostram que é um ponto de não retorno por pelo menos 20 anos. Não vai haver uma reversão, mesmo que haja uma redução significativa das emissões de gases de efeito estufa. E o mais grave: as políticas públicas podem se ancorar em evidências científicas com cada vez mais instrumentos, inteligência artificial, informações disponíveis, a pesquisa acadêmica científica, mas se observa o retrocesso do negacionismo.

O presidente do BNDES também comentou que os Estados Unidos estão rompendo o acordo de Paris e voltando com o uso de carvão e fontes fósseis. Se observa o descompromisso de muitos países. Aloizio Mercadante prometeu nesta segunda-feira (26/05) aprovar R$ 300 bilhões em crédito para a indústria até 2026. A ação será possível, apesar do aumento da taxa básica de juros, que está atualmente em 14,75% ao ano com a promessa do Banco Central de que seguirá ainda nesse patamar por algum tempo. Para o presidente do BNDES, a taxa Selic está em um "ponto fora da curva, sobre qualquer perspectiva que a gente analise a economia brasileira". É preciso começar uma transição. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.