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26/May/2025

Dólar cai com recuo do governo sobre IOF e exterior

Após chegar a subir mais de 1% no início da sessão de sexta-feira (23/05), o dólar reverteu os ganhos e fechou em leve baixa ante o Real, em uma sessão marcada por ajustes técnicos após o governo Lula voltar atrás em relação a parte das medidas de aumento de IOF em operações cambiais. O recuo do dólar no Brasil também foi ajudado pelo cenário externo, onde a moeda norte-americana cedia ante a maior parte das demais divisas após novas ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a União Europeia. O dólar fechou em leve baixa de 0,24%, a R$ 5,64. Na semana passada, a divisa acumulou queda de 0,38%. Na quinta-feira (22/05), o governo divulgou uma série de aumentos do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrados em operações de crédito para empresas, aportes em planos de seguro de vida do tipo VGBL e transações cambiais diversas, como compra de moedas em espécie e aplicações de fundos no exterior.

As mudanças ligadas às operações cambiais em especial foram mal-recebidas pelo mercado, o que fez o dólar futuro (o mais líquido no Brasil) acelerar antes de seu fechamento, às 18h00. Em função do impacto negativo, o Ministério da Fazenda voltou atrás em parte das medidas anunciadas. Um novo decreto foi publicado na sexta-feira (23/05) mantendo em zero a alíquota de IOF sobre aplicações de fundos de investimento no exterior, revertendo a cobrança de 3,5% anunciada na véspera. Além disso, o governo manteve em 1,1% o IOF sobre recursos remetidos para conta de brasileiros no exterior no caso de remessas destinadas a investimentos, também revertendo a alíquota de 3,5% anunciada na véspera. O alívio das medidas foi efetivado antes mesmo da abertura dos mercados na sexta-feira (23/05), mas isso não foi suficiente para evitar uma disparada do dólar à vista no início da sessão. Em meio à desconfiança dos agentes sobre as movimentações do governo, o dólar atingiu a cotação máxima de R$ 5,74 (+1,50%), ajustando-se também, tecnicamente, ao fato de o dólar futuro já ter reagido na véspera às medidas do IOF do governo.

Ao longo da sessão, porém, o mercado foi absorvendo o fato de que o Ministério da Fazenda voltou atrás na medida cambial mais sensível: a cobrança de IOF em aplicações de fundos de investimento no exterior. Além disso, o cenário externo era de queda do dólar ante quase todas as demais divisas, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar a União Europeia com a cobrança de uma tarifa de importação de 50% e alertar à Apple que os iPhones vendidos nos Estados Unidos, mas fabricados fora do país, poderão ser taxados em 25%. Neste cenário, o dólar para junho, que por ser mais negociado é, na prática, a referência de preços para a moeda à vista, passou a registrar perdas fortes, de quase 2%, carregando a divisa à vista para o território negativo antes do fechamento. Na mínima da sessão, o dólar atingiu R$ 5,64. No exterior, em meio às preocupações com a política comercial do governo Trump, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,81%, a 99,098. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.