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26/May/2025

COP30: setor de seguros afetado por risco climático

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), batizada de "COP da implementação", será realizada com um movimento considerado inédito: o reconhecimento da participação das empresas de seguro na mitigação dos efeitos da mudança do clima. Segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o setor segurador é um dos maiores interessados e um dos primeiros impactados pelo aumento do risco climático, exatamente porque assume o risco. Na crise ambiental no Rio Grande do Sul, no ano passado, o potencial de perdas estimadas para a economia brasileira ficou no valor de R$ 97 bilhões, de acordo com levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A CNseg estima que apenas R$ 6 bilhões foram pagos em indenizações por perdas e danos. Há um gap enorme a ser preenchido, especialmente no contexto do aumento do risco climático. A Conferência do Clima, que será realizada em Belém (PA) de novembro, deve referendar esse reconhecimento.

Por incrível que pareça, isso nunca apareceu nas COPs. Em parte, por falha do próprio setor, que nunca participou de uma maneira efetiva nas discussões. E, em parte, também pelos próprios participantes, que nunca se deram conta disso. São três os papéis desempenhados pelo setor de seguros no cenário de crise climática. O primeiro, expertise básica, é a assunção de riscos para pessoas, empresas e famílias para casos de enchente, seca severa ou vendaval, por exemplo. Dentre outros, há o seguro rural, residencial, assim como o seguro automóvel ou para propriedades como instalações e fábricas. O segundo papel é o gerenciamento de risco. Na prática, busca diminuir o impacto de um determinado evento climático, como auxílio aos governos sobre a melhor forma de gerenciar a infraestrutura, urbanização ou a construção de equipamentos mitigadores de risco. Se determinada região é passível de ser alagada, os seguradores podem recomendar ao governo a construção de estações de bombeamento, de diques de retenção ou represas.

Tem uma agenda interna no setor, que é identificar quais são as áreas que têm maior risco e quais são as áreas que têm mitigadores de risco. Esse trabalho está sendo chamado de "Hub de Dados Climáticos". Esse mecanismo será lançado na COP30, que poderá ser também palco para aprofundar uma terceira expertise do setor de seguro, que é o papel de investimento, seja em projetos sustentáveis, em green bonds (para financiamento de projetos sustentáveis), ou em ativos para a redução de emissões de gases poluentes. A CNseg está buscando com seguradoras internacionais e outras contrapartes uma mobilização global, pensando nessa interlocução entre o setor e a agenda multilateral do clima. A entidade está trazendo para COP uma agenda de construção de seguros para a infraestrutura pública, das cidades, ampliação do seguro para a residência, para empresas e indústrias. A presidência da COP30 tem recepcionado de forma muito positiva o tema. A CNseg acredita que a Conferência será uma "virada de chave" para a priorização da agenda de adaptação à mudança do clima. Essa agenda precisa andar, pois a realidade ‘bateu à porta’. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.