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22/May/2025

Dólar recua ante o Real com riscos fiscais nos EUA

O dólar oscilou entre ganhos e perdas ante o Real nesta quarta-feira (21/05), influenciado pela percepção de risco fiscal tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, até que as cotações se firmaram em baixa na reta final da sessão, mais em sintonia com o recuo da moeda norte-americana no exterior. O dólar fechou em baixa de 0,47%, a R$ 5,64. No mês, a divisa acumula perda de 0,62%. Como vem ocorrendo desde segunda-feira (19/05), após o rebaixamento da classificação de risco dos Estados Unidos pela agência Moody’s na semana passada, os agentes demonstraram preocupação com a situação fiscal norte-americana. Em Washington, deputados republicanos tentavam fechar um acordo para aprovar o projeto de lei de corte de impostos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Analistas independentes vêm afirmando que a legislação pode acrescentar de US$ 3 trilhões a US$ 5 trilhões à dívida de US$ 36,2 trilhões do governo federal.

Os receios em torno da área fiscal dos Estados Unidos enfraqueceram o dólar ao redor do mundo, pesaram sobre as bolsas de ações e impulsionaram os rendimentos dos Treasuries, em uma sessão em que os investidores demonstraram clara aversão aos ativos norte-americanos. Isso fez o dólar ceder ante o Real em vários momentos, mas por outro lado as dificuldades fiscais do Brasil sustentavam as cotações. Segundo a Correparti Corretora, o dólar vem ‘andando de lado’ nos últimos dias, variando entre R$ 5,60 e R$ 5,70, com muita dificuldade para superar estes níveis para um lado ou outro. A preocupação com o fiscal norte-americano levou o dólar a perder valor no nível global, mas no Brasil só não cai mais por conta do próprio fiscal interno. Nesta quarta-feira (21/05), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma medida provisória (MP) sobre o setor elétrico que institui a chamada "justiça tarifária", ampliando a gratuidade da conta de luz para milhões de pequenos consumidores.

Os detalhes da MP ainda seriam conhecidos, após publicação no Diário Oficial. Nos bastidores, o governo vinha afirmando que a intenção era de que não houvesse impacto fiscal. Em meio aos desafios fiscais nos Estados Unidos e no Brasil, o dólar marcou a máxima de R$ 5,67 (+0,20%), mas se revezou entre baixas e altas em diferentes momentos, até renovar mínimas sequenciais na reta final, já na última hora de sessão, encerrando a R$ 5,64. Segundo o Banco Inter, o movimento do câmbio segue a tendência global, com maiores receios sobre a sustentabilidade fiscal de economias desenvolvidas. O Real apreciou na margem, seguindo a tendência global, mas não se observa nenhuma moeda apresentando ganhos expressivos. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,34%, a 99,624.

Nesta quarta-feira (21/05), não houve leilão de rolagem de swaps cambiais. Na terça-feira (20/05), o Banco Central informou que dará início apenas em 2 de junho aos leilões para a rolagem dos swaps cambiais tradicionais que expiram em 1º de julho, em um total de 499.530 contratos (US$24,98 bilhões). Como os leilões passarão a ser operacionalizados em uma plataforma eletrônica do Departamento das Reservas Internacionais (Depin), sempre com propostas múltiplas de 100, a rolagem desta vez não será exata. Além disso, a partir de 30 de maio a divulgação dos leilões de swap cambial e dos resultados destas operações será feita exclusivamente via comunicados do Banco Central, e não mais por meio do link de “resultados de leilões” no site da autarquia. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.