20/May/2025
O dólar recuou ante o Real nesta segunda-feira (19/05) pela segunda sessão consecutiva, à medida que os investidores aproveitaram o pregão mais positivo para divisas de países emergentes no exterior e receberam bem comentários do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. O dólar fechou em baixa de 0,25%, a R $5,65. Os movimentos tiveram como pano de fundo as perdas generalizadas do dólar nos mercados globais, onde recuava frente a pares fortes, como o euro e o iene, e pares emergentes, como o peso mexicano e o peso chileno.
De forma geral, os investidores reagiam à decisão da agência Moody's na sexta-feira (16/05) de rebaixar a nota de crédito dos Estados Unidos de "Aaa" para "Aa1", citando preocupações com o aumento da dívida do governo federal e dos juros. Com a mudança na recomendação de crédito, os agentes financeiros elevaram os prêmios de risco da maior economia do mundo, provocando ganhos nos rendimentos dos Treasuries e perdas do dólar, conforme investidores buscavam desfazer algumas de suas posições compradas nos ativos dos Estados Unidos. Para o banco UBS, a decisão da Moody's fornece uma oportunidade para investidores com excesso de dólares, ou para investidores internacionais com exposição desequilibrada a ativos dos Estados Unidos, reduzirem sua exposição ao dólar.
O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,42%, a 100,340. O dólar chegou a acumular ganhos no Brasil, refletindo o que parecia ser uma aversão inicial ao risco em reação à decisão da Moody's. Na máxima, a moeda chegou a R$ 5,69 (+0,38%). No entanto, o dólar foi gradualmente retornando à estabilidade, à medida que passou a recuar ante outras moedas emergentes no exterior. A divisa brasileira ainda foi sustentada por falas de Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, durante evento do banco Goldman Sachs, em São Paulo, quando defendeu a manutenção da taxa de juros em patamar restritivo por um tempo mais prolongado do que o usual.
Galípolo ainda sinalizou que os membros da autarquia continuam dependentes de dados e que não fornecerão "forward guidance" (orientação futura) no momento. Investidores calcularam que, com a garantia de juros restritivos por um tempo prolongado, o diferencial de juros entre Brasil e outros países continua favorável para a moeda brasileira, gerando ganhos para o Real ao longo da sessão. As falas ainda teriam indicado comprometimento da autarquia com a perseguição da meta de inflação, um fator positivo para os ativos brasileiros. O Ibovespa renovou sua máxima histórica de fechamento, o que favorece a entrada de investimentos estrangeiros no País. Na mínima, o dólar atingiu R$ 5,63 (-0,65%). O Banco Central vendeu toda a oferta de 30.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de junho de 2025. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.