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19/May/2025

Brasil: nascimentos caem pelo 5º ano consecutivo

De acordo com o levantamento Estatísticas do Registro Civil divulgado na sexta-feira (16/05) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo quinto ano consecutivo, houve uma queda no número de nascimentos registrados no País. A redução segue a tendência de envelhecimento da população brasileira. Em 2023, foram feitos 2,5 milhões de registros de nascimentos em cartórios do Brasil, uma queda de 0,7% em relação ao ano anterior. A redução da natalidade e fecundidade no Brasil, sinalizada pelos últimos Censos Demográficos, está, em alguma medida, relacionada à pandemia de Covid-19, mas faz parte de uma tendência estrutural maior. O número de nascimentos está caindo desde 1985 e deve continuar caindo ao longo do século XXI, não tem mais volta. Na Covid-19, muitos casais adiaram a reprodução diante dos riscos evidentes.

Com o fim da pandemia, entretanto, houve uma pequena recuperação daquela demanda reprimida. Mas a tendência, a longo prazo, é de continuidade da queda de número de nascimentos no Brasil. Entre os anos de 2022 e 2023, o IBGE registrou a redução do número de nascimentos em todas as grandes regiões do País, com exceção da Região Centro-Oeste, que apresentou um aumento de 1,1%. Entre as Unidades da Federação, 18 registraram queda, com destaque para Rondônia (-3,7%), seguido por Amapá (-2,7%), Rio de Janeiro (-2,2%), Bahia (-1,8%) e São Paulo (-1,7%). Tocantins (3,4%) e Goiás (2,8%) estão entre os nove Estados que apresentaram aumento de registros no mesmo período. A queda é estrutural está relacionada a mudanças culturais da sociedade e à tendência de envelhecimento da população. Em primeiro lugar, a taxa de fecundidade está abaixo do nível de reposição; em segundo, está diminuindo o número de mulheres em período reprodutivo.

O Brasil tem menos mulheres tendo filhos e as que têm filhos estão optando por uma prole menor, a queda é estrutural. De fato, o trabalho mostra que entre 2003 e 2023 aumentou a percentagem de mães no grupo etário de 30 a 34 anos (de 14,6% para 21,0%) e de 35 a 39 anos (7,2% para 13,7%), indicando uma tendência de envelhecimento no padrão reprodutivo das mulheres. Por outro lado, no mesmo período, houve uma redução significativa do número de mulheres com menos de 19 anos que se tornam mães (de 20,9% para 11,8%), embora a gravidez na adolescência ainda seja um problema em algumas regiões do País. De acordo com levantamentos anteriores do próprio IBGE, a população brasileira atingirá seu ápice em 2041, quando chegar a aproximadamente 220 milhões de habitantes. Depois desse ano, o número de brasileiros começará a diminuir, chegando aos 199 milhões até 2070.

Isso significa dizer que, em menos de duas décadas, o Brasil já terá um crescimento negativo; ou seja, o número de mortes será maior que o de nascimentos e a população terá um envelhecimento ainda mais acelerado. O envelhecimento da população brasileira é uma tendência que já vem sendo registrada há décadas e, segundo os últimos números, deverá estar consolidada nacionalmente dentro de duas décadas. Este fato evidencia a tendência do fim do chamado bônus demográfico (quando a proporção de jovens, a população economicamente ativa, é maior do que a de idosos e crianças, elevando as chances de o País aumentar o seu PIB). O período de bônus demográfico começou há cerca de 50 anos e já começa a perder seus efeitos antes mesmo de 2030, quando a maior parcela da população já será de idosos, aumentando a pressão sobre os gastos em saúde e previdência social. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.