16/May/2025
De acordo com Pesquisa Mensal do Comércio divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quinta-feira (15/05), o crescimento de 0,8% no comércio varejista brasileiro em março ante fevereiro representou o melhor desempenho para este período do ano desde 2018, quando as vendas tinham avançado 1,3%. Em março, as vendas no varejo completaram três meses seguidos de expansão, operando 1,8% acima do patamar de dezembro de 2024 e renovando nível recorde da série histórica. Março foi um mês com uma potência do comércio maior do que alguns outros. A série volta a ter um comportamento menos volátil. O cenário do primeiro trimestre contou com alguns elementos que impactaram positivamente o comércio, como uma perda de ritmo da inflação e uma expansão do crédito. Parte dessa expansão do crédito foi parar no comércio, no consumo. A política monetária restritiva tem uma defasagem até impactar de fato a concessão de crédito.
As sucessivas altas na taxa básica de juros, a Selic, não necessariamente diminuem a tomada de crédito na mesma medida em que aumenta o juro. Depende muito da dinâmica de mercado de outras variáveis. E o crédito consignado CLT (com garantia do FGTS) entrou na última semana de março, o que acaba ajudando a explicar uma dinâmica um pouco maior da expansão do crédito em março. Como contrapeso negativo no primeiro trimestre, o mercado de trabalho registrou perda de trabalhadores ocupados e estabilidade na massa de rendimento. Ainda assim, o varejo teve uma maior disseminação de atividades no campo positivo em março. Seis das oito atividades que integram o comércio varejista registraram crescimento nas vendas em março ante fevereiro: Livros, jornais, revistas e papelaria (28,2%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,0%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,5%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,2%), Tecidos, vestuário e calçados (1,2%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,4%). Na direção oposta, os recuos ocorreram em Móveis e eletrodomésticos (-0,4%) e Combustíveis e lubrificantes (-2,1%).
No comércio varejista ampliado (que inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado alimentício) houve alta de 1,9% em março ante fevereiro. O segmento de Veículos, motos, partes e peças registrou expansão de 1,7%, Material de construção subiu 0,6%, e Atacado alimentício não teve as informações divulgadas, por ter uma série histórica ainda curta para a dessazonalização. O comércio esse mês, pelo perfil distribuído dos setores, não foi uma questão pontual, tem um crescimento mais consistente, apesar desses crescimentos terem sido baixos em algumas atividades importantes. Supermercados tiveram crescimento próximo de zero, mas outras tiveram expansão. Os supermercados têm a base de comparação elevada. E tem a característica das famílias de não estarem concentrando consumo apenas em produtos básicos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.