ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

16/May/2025

Acordo EUA-China é risco para o Agro brasileiro

A Vallya Participações avalia que o maior risco para o agronegócio brasileiro não está na guerra tarifária entre China e Estados Unidos, mas no entendimento entre os dois países. Os conflitos comerciais causam instabilidade. O Brasil pode até ter ganhos de curto prazo, mas na “briga de elefantes quem sofre é a grama”. E, neste caso, o Brasil é a “grama". A sinalização de um novo compromisso de compras agrícolas entre China e Estados Unidos, mesmo sem confirmação formal, já afetaria o mercado brasileiro. Só a notícia de que a China teria uma inclinação a aumentar suas compras agrícolas dos Estados Unidos já traria impacto para o mercado brasileiro. Num primeiro momento, o risco é combinado: de volume e de margem.

O Brasil ainda tem vantagem relativa, já que a tarifa chinesa de 10% sobre a soja norte-americana segue em vigor. Isso é uma sinalização de 'não compre'. Ainda há uma tensão no ar, ainda há incerteza. Os chineses preferem aguardar os 90 dias para decidir o que fazer. O esforço da diplomacia brasileira na abertura de novos mercados agropecuários com a China é louvável. Tem sido feito um esforço técnico e diplomático efetivo na negociação de acordos fitossanitários. Essas interações de alto nível criam oportunidades, inclusive para nichos como carne de pato e miúdos de aves. O anúncio de investimentos em combustível de aviação sustentável (SAF) com base em cana-de-açúcar é sinal de uma nova etapa na relação bilateral.

Esse setor pode transformar a relação entre China, agro brasileiro e descarbonização. É um eixo que agrega valor e se conecta com a pauta climática. O Brasil precisa fortalecer sua estratégia para atrair capital e diversificar mercados. A forma de estabilizar essas negociações é por meio da atração de investimentos. Com uma infraestrutura estabelecida, parcerias dos dois lados, pensar duas vezes antes de fechar o mercado passa a ser parte da equação. O Brasil tem vocações que ninguém tira. Mas precisa melhorar seu ambiente de negócios para atrair investimentos do mundo, não só da China. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.