14/May/2025
Para o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), o Brasil precisa adotar uma abordagem mais estratégica e menos reativa diante da instabilidade causada pelo uso de tarifas como instrumento geopolítico entre Estados Unidos e China. É importante que haja uma "diplomacia pendular" que maximize benefícios nas relações com ambas as potências. As tarifas estão sendo usadas como uma arma geopolítica. A oscilação constante das políticas comerciais exige novo posicionamento do Brasil. É melhor ter uma certeza de algo ruim do que ter incerteza do que pode acontecer. O cenário é de muita incerteza e imprevisibilidade de cenário. O contexto atual oferece desafios e oportunidades para o agronegócio brasileiro.
O maior protecionismo norte-americano sobre esses concorrentes diretos brasileiros poderia abrir espaço comercial para o Brasil. A Apex Brasil mapeou 400 oportunidades para ampliação de negócios entre Brasil e China com destaque para o agro. O Brasil enfrenta diferentes dinâmicas comerciais com seus dois principais parceiros. Tanto o baixo volume quanto o valor agregado às exportações do agro brasileiro para os Estados Unidos reflete que a relação principal desses dois países, dentro do setor do agro, é mais de concorrência do que de complementaridade. O País deve adotar uma estratégia clara diante desse cenário complexo. Existe uma forma de pensar em propor uma política externa brasileira que seja de hedging, de diplomacia pendular, em relação a esses dois principais parceiros.
O Brasil pode fazer acordos com os Estados Unidos e tirar os maiores benefícios e, a partir daí, fazer acordos com a China, tirando também os maiores benefícios. O Brasil frequentemente erra ao reagir a eventos em vez de planejar sua inserção internacional. No contexto político-econômico de incerteza e instabilidade, há duas metodologias disponíveis. A primeira é reativa, vai se limitar a responder às mudanças conjunturais. E, muitas vezes, o Brasil peca realizando uma política que é mais reativa do que propositiva. A segunda busca pensar o médio e longo prazo, as potencialidades, os recursos existentes do Brasil. O agronegócio brasileiro está profundamente inserido no comércio internacional. Então, ele precisa de uma adaptação rápida, de uma inteligência estratégica e, a partir daí, escolher a metodologia propositiva e não reativa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.