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06/May/2025

EUA: Trump reconhece risco de recessão por tarifas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, minimizou as preocupações com uma possível recessão no país, em meio à desaceleração da economia e ao aumento de tarifas sobre produtos importados. Em entrevista no domingo (04/05), Trump afirmou que o país atravessa um "período de transição" e que as medidas adotadas por sua gestão visam fortalecer a economia no longo prazo, mesmo com eventuais efeitos negativos no curto prazo. O PIB do primeiro trimestre apontou contração de 0,3% na taxa anualizada, a primeira queda desde o início de 2022. Trump também reiterou sua defesa de tarifas comerciais elevadas, especialmente contra a China. Segundo ele, a imposição de alíquotas de até 145% é uma forma de proteger a indústria norte-americana e corrigir o que chama de desequilíbrio comercial histórico.

Ao comentar o impacto das tarifas sobre os preços ao consumidor, Trump sugeriu que os norte-americanos podem reduzir o consumo de produtos supérfluos. A fala foi interpretada como um indicativo de que sua política pode provocar aumento de preços e redução na oferta de alguns itens importados. Trump negou que sua agenda econômica esteja causando danos estruturais e classificou os impactos como ajustes temporários. "As tarifas vão nos deixar ricos. Vamos ser um país muito rico", declarou. Quando questionado sobre a reação negativa de parte do mercado financeiro após o anúncio das novas tarifas, o presidente afirmou que se responsabiliza pelas consequências, mas argumentou que está no cargo há apenas três meses. Trump também criticou o ex-presidente Joe Biden e atribuiu a ele os problemas econômicos atuais. "As partes boas da economia são minhas. As ruins são do Biden. Ele fez um trabalho terrível em tudo”.

Questionado sobre sua principal promessa de campanha, acabar com a inflação e turbinar a economia norte-americana, Trump argumentou que as tarifas reduzirão o déficit comercial dos Estados Unidos, gerarão receita para o governo e melhorarão a economia doméstica. Ele afirmou ainda que os Estados Unidos ficariam "bem" no caso de uma recessão de curto prazo a caminho e que, a longo prazo, será uma economia agitada quando suas políticas entrarem em vigor. A entrevista também abordou a tensão entre a promessa de combater a inflação e o efeito prático das tarifas sobre o custo de vida. Dados recentes mostram que, apesar de uma leve desaceleração na inflação anual, os preços de itens importados como pneus, utensílios domésticos e carrinhos de bebê seguem em alta. Trump relativizou esses aumentos e disse que o foco deve ser a redução no preço da energia, como gasolina. Sobre a possibilidade de desabastecimento, Trump negou que os norte-americanos devam esperar prateleiras vazias, mas insistiu na ideia de que o consumo deve ser racionalizado.

A política tarifária adotada por Trump é um dos pilares de sua estratégia econômica, ao lado da contenção da imigração irregular e do corte de gastos públicos. Nas últimas semanas, ele tem pressionado o Congresso a aprovar um pacote de reconciliação orçamentária que amplia cortes tributários e busca limitar programas sociais. A proposta deve enfrentar resistência de parlamentares moderados, que temem o impacto sobre o déficit e sobre eleitores de baixa renda. Em meio à queda nos índices de aprovação e à contração do PIB, o presidente Donald Trump tem buscado reforçar sua base de apoio com mensagens voltadas à classe média e ao eleitorado industrial. As declarações reforçam o tom nacionalista e protecionista que pautou sua campanha e seguem sendo o eixo central de sua agenda econômica.

Donald Trump afirmou que sua principal meta nas conversas com a China é alcançar um acordo comercial justo. Embora não tenha previsão de se encontrar com o presidente Xi Jinping nesta semana, Trump confirmou que autoridades norte-americanas seguem negociando com representantes chineses sobre diversos temas. A declaração ocorre em meio a tensões comerciais e à expectativa de avanços nas tratativas com países estratégicos para a economia dos Estados Unidos. Nesta segunda-feira (05/05), Donald Trump afirmou que os Estados Unidos podem fechar acordos comerciais com alguns países ainda nesta semana, o que pode aliviar tarifas de importação para parceiros internacionais. Fontes: Broadcast Agro, Bloomberg e Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.