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01/May/2025

Alimentos: projeção de queda nos preços em 2025

O índice de preços de alimentos do Banco Mundial deverá cair 7% em 2025 na comparação com o ano anterior, além de recuar em 2026. O recuo neste ano é atribuído à queda dos três componentes do índice: grãos em 11%, óleos e farelos em 7%, e outros alimentos em 5%. Para 2026, os subcomponentes permanecerão perto da estabilidade. A queda projetada nos preços dos grãos em 2025 foi atribuída principalmente ao recuo esperado nos preços do arroz, de 29%. Além disso, os preços do trigo devem ceder em 2025/2026, à medida que a pressão de demanda causada por tensões comerciais é parcialmente compensada pelas condições restritas de oferta. A produção quase recorde do cereal deve ser levemente superada pelo consumo, resultando em uma queda nos estoques globais. Enquanto isso, os preços do milho devem cair 2% tanto em 2025 quanto em 2026, pressionados pelas perdas do petróleo, que reduzem a demanda por etanol, e pelo aumento das tarifas no comércio entre Estados Unidos e China.

Pressões adicionais vêm da vantagem de preço recente do milho sobre a soja e o trigo, o que provavelmente incentivará a expansão da área plantada com milho, com produção que deve se recuperar na safra 2025/2026. No entanto, a queda nos preços deve ser limitada por estoques apertados, que devem atingir seus níveis mais baixos em mais de uma década. O preço da soja deve cair 17% em 2025, com a produção global crescendo 6% e atingindo novo recorde em 2024/2025, aproximando a relação estoque/uso do recorde da safra 2018/2019. A queda nas importações chinesas de soja dos Estados Unidos, em meio a tensões comerciais intensificadas, deve pressionar o preço de referência nos Estados Unidos, já que a China é responsável por mais da metade das exportações norte-americanas. Para o ano que vem, o preço da oleaginosa pode se estabilizar, com a relação de preços soja-milho favorecendo o milho na safra 2025/2026.

Em relação ao índice de preços de óleos e farelos, a expectativa é de queda de 7% em 2025 e estabilidade em 2026. O Banco Mundial atribuiu a estimativa para este ano às reduções nos preços da soja e do farelo de soja. Os preços do óleo de soja devem cair 3% em 2025 e 2% em 2026, em grande parte devido à queda do petróleo, que reduz a demanda por biocombustíveis. No entanto, essa pressão será parcialmente compensada pela forte demanda, decorrente da redução na oferta de substitutos próximos, como óleo de palma, óleo de girassol e óleo de colza. Os preços do farelo de soja devem cair 16% em 2025, refletindo a robusta produção de soja. Em 2026, deve ocorrer uma estabilização à medida que a produção de óleos alternativos se recupera. Os preços do óleo de palma devem subir 6% em 2025, já que uma recuperação moderada na produção será insuficiente para recompor os estoques globais baixos.

Além disso, o plano da Indonésia de aumentar a mistura de biodiesel (de 35% em 2024 para 40% em 2025 e 50% em 2026) dará suporte aos preços do óleo de palma. Contudo, a substituição do óleo de palma pelo óleo de soja deve limitar altas acentuadas. Ao mesmo tempo, desafios estruturais na produção de óleo de palma, como a queda nos rendimentos e a desaceleração nas novas plantações, manterão a oferta global restrita e sustentarão os preços. Como resultado, os preços do óleo de palma devem aumentar 2% em 2026. Em relação ao índice de outros alimentos, o Banco Mundial projetou uma queda de 5% nos preços em 2025 e de 2% em 2026. Os preços do frango devem cair 4% em 2025 e 1% em 2026, devido a um aumento projetado de 1% na produção neste ano e uma recuperação após o impacto da gripe aviária.

Os preços da carne bovina, por sua vez, devem permanecer perto da estabilidade em 2025 e 2026, à medida que a tarifa retaliatória da China, um mercado de US$ 1,6 bilhão para exportações dos Estados Unidos, interage com uma queda de 2% na produção este ano. Os preços do açúcar devem cair em 2025/2026, com a expectativa de transição para um cenário de excedente na segunda metade de 2025. O Banco Mundial ponderou que as estimativas de preço para as commodities alimentares têm viés de baixa, com perspectivas de desaceleração no crescimento econômico global. Apesar disso, riscos de eventos climáticos extremos podem ser altistas. As barreiras comerciais que afetam o comércio de commodities e as políticas de biocombustíveis são avaliadas como riscos "de duas vias", que podem resultar em altas ou baixas de preço. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.