30/Apr/2025
Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) avançou 0,24% em abril, após queda de 0,34% em março. O indicador acumula alta de 1,23% no ano e de 8,50% nos últimos 12 meses. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), que caiu 0,73% em março, registrou alta de 0,13% nesta leitura. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), que avançou 0,80% em março, desacelerou a 0,46% em abril. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) acelerou de 0,38% para alta de 0,59% no período. Cinco das oito classes de despesa que compõem o IPC-M registraram decréscimo no período: Habitação (1,73% para 0,47%), Transportes (0,70% para 0,04%), Alimentação (1,39% para 0,80%), Comunicação (0,68% para 0,35%) e Despesas Diversas (0,60% para 0,48%).
Em contrapartida, foi registrada aceleração nos grupos Educação, Leitura e Recreação (-1,60% para -0,47%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,60% para 1,09%) e Vestuário (0,12% para 0,46%). As principais pressões para baixo sobre a inflação ao consumidor em abril partiram de passagem aérea (-13,71% para -5,34%), tarifa de ônibus urbano (0,42% para -1,99%), arroz (-1,25% para -2,74%), contrafilé (0,47% para -2,83%) e mamão papaya (10,90% para -5,55%). Em contrapartida, puxaram o índice para cima tomate (9,82% para 23,71%), aluguel residencial (2,87% para 1,02%), café em pó (8,76% para 6,51%), plano e seguro de saúde (estável em 0,57%) e vasodilatador para pressão arterial (0,38% para 2,51%).
Para a Quantitas, o IGP-M de abril foi uma leitura "bem ruim". Houve surpresas altistas disseminadas, com destaque para itens agrícolas, o que coloca sob risco um processo mais permanente de desinflação dos alimentos para o consumidor final. Tem elementos pontuais nessa alta do IGP-M, e outros que representam risco de mais persistência para frente. Entre os avanços pontuais, a alta do IPA-Agrícola (de 1,08% em março para 1,57% em abril), puxada por milho e boi gordo. A despeito do bom desempenho das safras no Brasil, no exterior, o nível das commodities agrícolas se manteve resiliente após o estresse vivido com as tarifas anunciadas pelos Estados Unidos a demais países.
Isso, aliado ao nível depreciado do Real, contribui para um pass-through inflacionário nos alimentos que são bem sensíveis aos preços externos em dólar. Por isso, é difícil contar com um processo mais persistente de desinflação de alimentos ao longo do ano. Na verdade, os riscos ainda são de uma inflação alta. Outra notícia negativa desta leitura do IGP-M partiu do IPA-Industrial, que contraiu 0,39% agora, após recuo de 1,37% em março. Ao descontar do cálculo os itens mais voláteis do IPA-Industrial (como a parte ligada à indústria extrativa), a abertura acumula alta ao redor de 9% nos últimos 12 meses, o maior nível desde o início de 2022. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.