30/Apr/2025
O Ministério das Relações Exteriores da China divulgou um vídeo que parece enviar a mensagem de que a segunda maior economia do mundo não recuará no atual impasse comercial com os Estados Unidos, em meio a esperanças tímidas de uma eventual redução nas tensões tarifárias. Em um curto vídeo intitulado "Nunca se Ajoelhe!", divulgado pelo ministério nesta terça-feira (29/04), um narrador diz que os Estados Unidos provocaram uma "tempestade tarifária global", mirando a China ao jogar um "jogo de pausa de 90 dias" com outros países e forçá-los a limitar o comércio com a China.
No dia 9 de abril, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou uma suspensão de 90 dias de tarifas recíprocas para todos os parceiros comerciais, exceto a China. A China impôs tarifas de 125% ao produtos norte-americanos, em retaliação às tarifas de 145% dos Estados Unidos a produtos chineses. Recentemente, a adoção de uma retórica mais suave por Donald Trump em relação à China gerou certo otimismo sobre a possibilidade de um acordo. Autoridades chinesas sinalizaram que a porta está aberta para negociações, mas não sob coação, e ainda não está claro se houve algum progresso.
O vídeo apareceu na conta oficial do Ministério das Relações Exteriores da China no Weibo, depois de o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, dizer que cabe à China reduzir as tensões. "Acredito que cabe à China reduzir as tensões, porque eles vendem cinco vezes mais para nós do que nós vendemos para eles", disse Bessent, classificando as tarifas de insustentáveis. Citando disputas anteriores entre os Estados Unidos e outros países, o vídeo chinês diz também que "concessões não trazem misericórdia" e que "ajoelhar-se somente atrai mais intimidação".
Por outro lado, o Ministério do Comércio da China afirmou nesta terça-feira (29/04) que está disposto a apoiar a cooperação comercial normal com empresas dos Estados Unidos e que as tarifas prejudicaram as companhias aéreas chinesas e a Boeing. O anúncio acontece dias após as linhas aéreas do país receberem ordens para interromper o recebimento de aeronaves da fabricante norte-americana. A aplicação de tarifas pelos Estados Unidos impactou severamente a estabilidade da cadeia industrial global e da cadeia de suprimentos, interrompeu o mercado internacional de transporte aéreo e impediu muitas empresas de realizarem atividades comerciais e de investimento normais.
A China acenou com a possibilidade de um ambiente estável e previsível para o comércio e o investimento. A Boeing é a mais recente grande empresa norte-americana a ser pega no "fogo cruzado" da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Analistas afirmam que as tarifas elevadas tornam impraticável para a China importar aeronaves fabricadas nos Estados Unidos. Desde que as entregas foram suspensas, a Boeing começou a transportar de volta aeronaves que antes eram destinadas a companhias aéreas chinesas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.