29/Apr/2025

O Instituto Talanoa, Natalie Unterstell, observou que a China estaria sendo "empurrada" para o financiamento na agenda climática no mundo, para além do que já está sendo feito pelo país asiático. O Talanoa participou de mesa redonda sobre a COP30, promovida pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS). No encontro, foi apontado o receio de possível mudança das agendas de instituições financeiras multilaterais, incluindo Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Fundo Monetário Internacional (FMI), dos quais os Estados Unidos fazem parte. O motivo de atenção é uma eventual saída ou alteração de prioridades com relação à agenda verde.

Há uma crise nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), relacionadas ao Acordo de Paris, com mais de 170 países atrasados. O custo político de atrasar ou de não entregar uma NDC ambiciosa é muito baixo, então é preciso nesse momento que se crie um caminho claro para poder mudar essa equação. A COP30 corre o risco de "normalizar a lentidão". "Se o presidente Lula conseguir convocar e trazer líderes de peso que falem de uma visão de 10 anos, de como se implementar, pode ser possível dar respostas à questão da NDCs. A líder do conselho científico da COP30, Thelma Krug, avaliou que a China, apesar de não demonstrar uma ambição muito grande nas suas NDCs, tem feito bem mais do que promete.

A China é vista como os líder na implementação de renováveis. O problema sempre foi o carvão e, mesmo nessa questão, a China está não só diminuindo as permissões para a abertura de novas plantas, como também já está reduzindo o uso. Ou seja, há um esforço muito grande por parte da China. O Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) avaliou que a China está fazendo da descarbonização uma agenda de negócios mundo afora, na liderança em produtos como carros elétricos e turbinas eólicas. O sacrifício é muito menor do que parece, porque a China está ganhando dinheiro com isso. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.