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24/Apr/2025

Setor Industrial preocupado com demanda interna

Conforme aponta a Sondagem Industrial divulgada nesta quarta-feira (23/04) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o desempenho da atividade industrial recuou em março. Depois de apresentar bons resultados em janeiro e fevereiro, o índice que mede a evolução da produção registrou 49 pontos no mês passado, ficando abaixo da linha divisória dos 50 pontos, o que indica que os empresários perceberam queda da produção em relação ao mês anterior. O indicador varia de zero a 100 pontos, sendo números menores que 50 indicativos de queda da produção. Esta é a primeira vez que a produção industrial recua em um mês de março desde 2020. A queda também ocorreu com o índice de evolução do número de empregados, que fechou março em 49,2 pontos, maior queda do indicador para um mês de março desde 2020. A Sondagem aponta que a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) ficou estável, em 69%. O valor supera em um ponto porcentual a UCI registrada em março de 2024. Com relação ao nível de estoques, em março, o estoque de produtos acabados da indústria caiu, ficando em 48,7 pontos.

Com esse recuo, o indicador que mede a distância entre o estoque efetivo e o planejado pelas empresas caiu de 49,6 pontos para 48,9 pontos. Ao se afastar da linha divisória de 50 pontos, demonstra que os estoques da indústria encerraram março ainda mais aquém do planejado pelas empresas. A pesquisa apontou que cresceu a preocupação dos empresários industriais com demanda interna insuficiente. Esse foi o problema que mais aumentou para os entrevistados no primeiro trimestre do ano. No quarto trimestre de 2024, o entrave ocupava a quinta posição no ranking dos principais problemas enfrentados pelo setor e agora divide a segunda colocação da lista com as taxas de juros elevadas. A alta carga tributária continua como a principal preocupação dos empresários. A alta demanda é o que sustenta a atividade industrial, porque ela requer mais produção, emprego e investimentos. Quando o empresário percebe uma menor demanda, ele fica mais receoso em fazer esses movimentos. A queda da procura por bens industriais é consequência de fatores como a alta taxa de juros e a diminuição dos gastos públicos.

A elevada carga tributária foi citada por 33,3% dos industriais como um dos principais entraves enfrentados. Antes, ela tinha sido mencionada por 30,6%. A preocupação com Selic aumentou de 25% para 27,1% do total de empresas, enquanto o problema da demanda interna insuficiente cresceu 4,8%, para 27,1% do total de empresas. Ainda na lista dos cinco principais obstáculos, a falta ou o alto custo de trabalhadores qualificados e de matéria-prima foram entraves citados pelos empresários, com 22,4% e 21,3% do total das empresas, respectivamente. Apesar dos resultados de março, os empresários industriais seguiram otimistas em abril. O levantamento aponta que as expectativas para o volume de exportação e de número de empregados diminuíram, mas ainda assim, seguem positivas. O mesmo ocorreu com as expectativas relativas à demanda e à compra de insumos, que ficaram praticamente estáveis no período, mas continuaram positivas. A intenção de investimento recuou pelo segundo mês consecutivo. A queda foi de 1,1 ponto, para 56,4 pontos.

Na passagem do quarto trimestre de 2024 para o primeiro trimestre deste ano, o índice de satisfação financeira caiu 2,1 pontos, de 50,9 para 48,8 pontos. Esse resultado aponta que a percepção dos empresários sobre as condições financeiras das empresas passou de positiva para negativa. O indicador de satisfação dos industriais com lucro operacional dos próprios negócios caiu de 45,8 pontos para 43,8 pontos, ficando ainda mais negativo. Os empresários também relataram maior dificuldade de acesso ao crédito no primeiro trimestre deste ano. O indicador que mede essa variável caiu 1,6 ponto em relação ao quarto trimestre de 2024, ficando em 40,4 pontos. O índice de preço médio das matérias-primas recuou 1,8 ponto, para 62,4 pontos. O indicador segue significativamente acima da linha divisória dos 50 pontos, o que mostra que o preço segue crescendo de maneira forte e disseminada, encarecendo a produção industrial. Para a Sondagem, foram entrevistadas 1.522 empresas: 608 de pequeno porte; 538 de médio porte; e 376 de grande porte, entre os dias 1º e 10 de abril. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.