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22/Apr/2025

Brasil: 90 mi ha de pastagens com potencial agrícola

Segundo a Embrapa Territorial, o Brasil tem aproximadamente 90 milhões de hectares de pastagens em algum estágio de degradação ou abaixo do potencial produtivo, área que poderia ser convertida para produção agrícola ou recuperada para pecuária mais intensiva, sem a necessidade de novos desmatamentos. Do total de 160 milhões de hectares de pastagens existentes hoje no País, cerca de 80 milhões a 90 milhões têm algum potencial de estarem em vias de degradação ou já degradados, com alto potencial de conversão para produção de grãos. Essas áreas representam a principal fronteira para expansão sustentável da agricultura brasileira.

O Brasil já reduziu sua área de pastagens em cerca de 60 milhões de hectares nas últimas três décadas, passando de 210 milhões a 220 milhões de hectares na década de 1990 para os atuais 160 milhões, mesmo aumentando sua produção de carne. A área dedicada à pecuária no Brasil, a cada ano que passa, é menor, e cada ano o Brasil produz mais carne. Parece um contrassenso, mas isso são os ganhos em índices zootécnicos. A intensificação tecnológica da pecuária permitiu reduzir o ciclo de produção e aumentar a eficiência. O bovino, em vez de ser abatido com 5 ou 6 anos como era no passado, é abatido com 18, 24 ou, no máximo, 36 meses, dando melhor qualidade de carne e engordando com menor quantidade de alimento.

Para acelerar a recuperação ou conversão das áreas de pastagens degradadas, o governo federal lançou o Plano Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas. A política reúne três formas de aumentar a produção: expandir a área cultivada em terras já abertas, reduzir o "yield gap" (diferença de produtividade entre os melhores produtores e a média) e intensificar o uso do solo. Em vez de só ter agricultura, só ter pastagem ou só ter silvicultura, se lança mão de práticas como o plantio direto na palha, a rotação de culturas, que permitem que na mesma safra cultive soja e milho na sequência, ou os sistemas integrados. O Brasil já tem cerca de 17 milhões de hectares em sistemas integrados de produção.

Esses sistemas incluem combinações de lavoura-pecuária, lavoura-floresta, pecuária-floresta ou os três componentes juntos (ILPF). O suprassumo da tecnologia agropecuária são os sistemas integrados lavoura-pecuária-floresta, que permitem dentro de uma mesma safra agrícola ter cultivo de grãos, colher esses grãos e ter pasto para os animais, além de árvores plantadas na mesma propriedade. Mato Grosso do Sul é o líder na adoção desses sistemas no País. Além dos ganhos produtivos, os sistemas integrados trazem benefícios ambientais. Pode ter até uma “quarta safra”, que seria a safra de carbono, com esse carbono fixado e não emitido podendo ser recompensado por pagamentos por serviços ecossistêmicos.

A Embrapa Territorial abordou o potencial do Matopiba, região que compreende áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. A instituição foi responsável pela definição e delimitação oficial desse território, que abrange 336 municípios. Foi identificado que existia ali um território equiproblemático e equipotencial, ou seja, que compartilha os mesmos problemas, mas também é onde o mesmo conjunto de soluções tecnológicas pode alavancar o desenvolvimento. A Embrapa defendeu a reconstrução da agência do Matopiba para coordenar as políticas públicas na região. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.