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15/Apr/2025

Tarifas dos EUA poderão reduzir o comércio global

Segundo o International Trade Centre (ITC), agência vinculada à ONU, as tarifas impostas pelos Estados Unidos podem levar a uma queda de 3% no comércio global. A medida, somada a retaliações de outros países, pode reduzir o PIB global em 0,7% e redefinir as cadeias de suprimentos internacionais. Haverá uma reavaliação de alianças globais, mudanças geopolíticas e econômicas. Países como México, China, Tailândia e nações do sul da África estão entre os mais afetados. O México, por exemplo, já viu suas exportações serem altamente impactadas e redirecionadas para Canadá, Brasil e, em menor escala, Índia. O Vietnã também está desviando vendas dos Estados Unidos e China para a União Europeia e Coreia do Sul. Economias emergentes, como Lesoto, Camboja e Mianmar, são as mais expostas por falta de diversidade industrial. A instabilidade e a imprevisibilidade afetam decisões em tempo real.

Embora o comércio Estados Unidos-China represente apenas 3% a 4% do total global, "há 96% ainda ativo". Se há um momento para diversificação e integração regional, é agora. A incerteza prolongada não contribui para a estabilidade do sistema econômico mundial. O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, afirmou que a política comercial dos Estados Unidos pode mudar o sistema econômico global e que é preciso pensar sobre como seria uma Nova Ordem Mundial. Ishiba manifestou interesse em trabalhar mais de perto com nações asiáticas e países que têm uma visão similar sobre as tarifas norte-americanas. Segundo a Capital Economics, a economia global está se fragmentando em blocos e, embora essa ruptura possa assumir diversas formas, o resultado mais provável é que ela se consolide em grupos centrados nos Estados Unidos e na China.

Embora o foco atual esteja no comércio e nas cadeias de suprimentos, a fragmentação também afetará tudo, desde os fluxos transfronteiriços de capital e tecnologia até os esforços para garantir a segurança de minerais essenciais. Como exemplo de como a fragmentação ocorrerá, pode-se citar a mudança realizada pela Apple, em resposta à imposição de tarifas à China. A gigante de tecnologia norte-americana afirmou que fornecerá mais iPhones para o mercado dos Estados Unidos a partir de suas instalações na Índia. Não resultará necessariamente em menos comércio transfronteiriço, em vez disso, afetará a direção dos fluxos comerciais. A "fratura" terá um impacto significativo nos fluxos globais de capital e é provável que os fluxos de investimento transfronteiriços se tornem mais "politizados". Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.