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14/Apr/2025

Dólar sobe com cenário positivo para emergentes

O dólar caiu ante o Real na sexta-feira (11/04), com os investidores em busca de ativos de maior risco, mas ainda fechou a semana passada em alta, em meio à escalada nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que têm elevado os temores de uma recessão econômica global. O dólar fechou em baixa de 0,49%, cotado a R$ 5,86. Na semana passada, a moeda acumulou alta de 0,54%. Os ganhos do Real ocorreram na esteira dos avanços de seus pares frente à divisa dos Estados Unidos, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno, que se beneficiaram das altas dos preços de commodities no exterior, como o minério de ferro e o petróleo. Investidores também pareciam motivados a buscar ativos de risco diante dos ganhos em Wall Street, que repercutia balanços fortes por parte de grandes bancos e declarações de autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que garantiram a prontidão em lidar com qualquer distorção no sistema financeiro.

Após as fortes perdas entre emergentes durante a semana passada, os agentes financeiros ainda aproveitavam para realizar lucros e ajustar suas posições ao fim de uma semana de extrema volatilidade em meio à incerteza comercial no exterior. O movimento da sessão ocorreu apesar de nova escalada na guerra comercial entre Estados Unidos e China, que vinha deixando os investidores mais receosos ao risco em países emergentes. A China aumentou suas tarifas sobre as importações de produtos dos Estados Unidos para 125%, revidando a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de aumentar as tarifas para a segunda maior economia do mundo a 145%. O anúncio de Trump veio em resposta à imposição pela China de tarifa de 84% sobre as mercadorias dos Estados Unidos, quando a China retaliou uma imposição de tarifa anterior feita pelos Estados Unidos. Na semana anterior, Donald Trump disse que colocaria taxa de 54% sobre o país asiático, levando a China a anunciar uma tarifa de 34% sobre os produtos norte-americanos.

Em seguida, os Estados Unidos impuseram taxa de 104% sobre os produtos chineses, provocando a tarifa retaliatória de 84%. Segundo o Ebury Bank, as tensões comerciais também podem estar contribuindo para o enfraquecimento do dólar e de outros ativos dos Estados Unidos, como os Treasuries, uma vez que cresce a percepção de que a maior economia do mundo será prejudicada pela disputa. A narrativa de 'vender tudo dos Estados Unidos' estava viva nos mercados. Em períodos normais de estresse, os ativos dos Estados Unidos se saíram bem. Isso mudou desde a semana passada, com os investidores parecendo perder a confiança na posição dos Estados Unidos como o pilar do excepcionalismo. Analistas temem que a disputa comercial com a China possa reacender a inflação nos Estados Unidos e provocar uma recessão econômica devido à dependência de muitas empresas norte-americanas em relação às importações vindas da China.

Na mínima, o dólar chegou a alcançar R$ 5,81 (-1,37%), enquanto a máxima foi de R$ 5,91 (+0,34%). O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,66%, a 99,861. Na cena doméstica, o dia foi marcado pela divulgação de dados econômicos. A atividade econômica brasileira cresceu mais do que o esperado em fevereiro com impulso do setor agropecuário, mesmo em meio ao ciclo de aperto de juros e às expectativas de desaceleração da economia, de acordo com dados do Banco Central. O IBGE informou que o IPCA de março desacelerou em linha com o esperado em relação ao mês anterior, com a inflação atingindo o patamar de 5,48% em 12 meses. O Banco Central vendeu toda a oferta de 20.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de maio de 2025. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.