10/Apr/2025
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira (09/04), que o governo vai trabalhar para tentar reduzir a alíquota mínima de 10% de imposto ao que o Brasil exporta aos Estados Unidos, determinada na semana passada por Donald Trump. Ele voltou a falar que o caminho será pelo diálogo e pela negociação. Alckmin também repetiu que, embora o Brasil tenha ficado na lista de países que tiveram o menor nível de tarifa, o entendimento do governo é de que essa sobretaxa não deveria ser aplicada diante do perfil de trocas comerciais entre os dois países. Os Estados Unidos têm superávit com o Brasil.
Dos dez produtos que eles mais exportam, oito, a alíquota é zero. Não paga imposto de importação para entrar no Brasil. E a tarifa média final de todos os produtos é 2,7%. Então, o caminho é o caminho do diálogo, da negociação. O ministro também citou o caso da tributação sobre o aço, lembrando que as empresas brasileiras, taxadas em 25%, assim como outras no mundo, importam carvão siderúrgico dos Estados Unidos para produzir no Brasil. O Brasil faz o semielaborado e vende para os Estados Unidos fazerem o elaborado. É uma cadeia, também vai onerá-los. Então, por isso, avançar no diálogo e na negociação.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a união entre os países latino-americanos e caribenhos em seu discurso na IX Cúpula da Celac, em Tegucigalpa, Honduras, e, sem citar os Estados Unidos, criticou a alta das tarifas imposta pelo presidente norte-americano Donald Trump. "Tarifas arbitrárias desestabilizam economia internacional e elevam preço. A história nos ensina que guerras comerciais não tem vencedores", afirmou. O evento reúne representantes dos 33 países da América Latina e do Caribe. "A América Latina e o Caribe enfrentam hoje um dos momentos mais críticos da história. Percorremos um longo caminho para consolidar nossos ideais de emancipação", disse Lula.
O presidente defendeu que a atuação da região não deve apenas se orientar por interesses defensivos e que é preciso um programa de ação estruturada em outros temas, como na defesa da democracia e combate às mudanças climáticas. É imperativo que a América Latina e o Caribe redefinam seu lugar na nova ordem global que de descortina, afirmou. A fala do chefe do Executivo vai em linha com de que Lula aproveitaria o evento em Honduras para tentar arregimentar as Américas a ampliarem o comércio entre si depois do tarifaço de Donald Trump.
"A esperança hoje é a unidade", disse a presidente do México, Claudia Sheinbaum, que também defendeu mais integração econômica e respeito à soberania dos países do grupo. O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, foi na mesma linha. "Em um momento em que o mundo vive uma escalada de tensões, com aumento dos conflitos bélicos e aprofundamento das desigualdades, é crucial unir esforços e trabalharmos juntos pelo bem-estar, a paz e a segurança do povo latino-americano e caribenho", disse ele. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.