10/Apr/2025
Segundo o Ministério da Agricultura, enquanto os Estados Unidos elevam as tarifas sobre importações, o Brasil se prepara para transformar as tensões comerciais globais em oportunidades. O País está pronto para suprir a demanda mundial de maneira confiável e competitiva. Aqueles países que, por algum motivo, inclusive por essas guerras tarifárias, precisarem de produtos do Brasil, vão encontrar um país confiável, estável, com escala, com sanidade, com qualidade, com competitividade. Não existe outra geografia no mundo com todas essas características reunidas. Embora reconheça que o aumento das tarifas norte-americanas é prejudicial, a postura é de otimismo, com a capacidade do setor agropecuário brasileiro de se adaptar às adversidades. Diferentemente de outros players globais, o Brasil tem uma estrutura produtiva consolidada que permite responder com agilidade às flutuações do mercado internacional. Numa guerra comercial, não é possível aumentar a produção ‘do dia para a noite’.
O Brasil, no entanto, já está pronto para entregar. O Brasil deve se posicionar como um “promotor da geopolítica da paz”, oferecendo ao mundo segurança alimentar por meio de sua produção em escala, segurança energética com seus biocombustíveis e energia limpa, e segurança climática com a redução do desmatamento e práticas agrícolas sustentáveis. São poucos os países que podem oferecer essas três seguranças ao mesmo tempo. Essa é a vantagem brasileira. O Brasil precisa estar atento às barreiras sanitárias e regulatórias que surgem no mercado internacional, especialmente na Europa. É preciso enfrentar essas discussões técnicas para evitar que medidas protecionistas limitem o acesso a mercados importantes. Eventos globais como a COP30, os encontros dos Brics e a reunião do G20 foram apontados pelo como oportunidades estratégicas para o Brasil reforçar seu protagonismo no cenário internacional. O Brasil está inserido nas discussões globais, e isso ajuda a abrir mercados.
É importante a participação ativa do País nos fóruns internacionais. O Insper Agro Global destacou a importância de o Brasil manter uma postura discreta e estratégica frente à guerra comercial entre Estados Unidos e China. A hipótese mais provável é a de uma nova onda de acordos bilaterais dos Estados Unidos com países asiáticos, que foram os que tiveram mais impacto das tarifas anunciadas na semana passada pelo presidente Donald Trump. Japão, Coreia do Sul, Vietnã, Taiwan, Índia, Indonésia, Tailândia, Malásia, enfim, a Ásia foi a região mais prejudicada. Os embates comerciais entre Estados Unidos e China materializam um conflito previsto há anos. O que está acontecendo é uma ‘loucura’, porque há uma interdependência comercial e financeira entre Estados Unidos e China. Se os Estados Unidos decidirem “dobrar a aposta” nas tarifas e partirem para um confronto generalizado, o mundo pode reviver efeitos semelhantes aos da Grande Depressão de 1929.
Naquela época, os Estados Unidos dobraram a tarifa para 50%. O comércio mundial despencou 60%, e naquela época o mundo nem era tão integrado quanto hoje. O comportamento de Donald Trump é movido pela lógica de negociação e barganha, inclusive na política externa. No entanto, essa instabilidade exige cautela do Brasil. O Brasil deve aproveitar a disputa entre potências para abrir mercados na Ásia e fortalecer as relações com Europa, América do Norte e a própria China. O Mercosul tem uma chance de ouro agora. A Europa está precisando de amigos. Hoje, o acordo com a União Europeia seria bem-vindo. Também foi destacada a importância de o Brasil explorar diferenciações, como confinamento, processados, produtos de baixo carbono, denominações de origem e produtos voltados a segmentos religiosos. Entre os riscos, a imagem ambiental do País, a necessidade de vigilância contra a aftosa e o risco de decisões precipitadas na comunicação política. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.