10/Apr/2025
O Bradesco avalia que as consequências das tarifas anunciadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, serão expressivas para a economia dos Estados Unidos e global. Preliminarmente, o banco trabalha com uma taxa de crescimento econômico 1,5% menor em 2025 e um aumento da inflação ao consumidor de ao menos 1% nos Estados Unidos. Mas, os efeitos de negociações ou retaliações ainda serão levados em conta à frente. A inflação gerada pelas tarifas tende a trazer desafios consideráveis para os bancos centrais. No caso específico do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o 'erro' cometido com a avaliação de que o aumento da inflação durante a pandemia seria um evento apenas transitório tende a levar a uma postura mais cautelosa. Adicionalmente, a arrecadação com tarifas, sem considerar eventuais reduções no volume de importações em função das tarifas e do menor crescimento econômico, seria na ordem de US$ 600 bilhões por ano.
Com isso, o governo norte-americano precisaria obter cerca de US$ 4 trilhões em recursos em dez anos para compensar o custo de renovar os cortes de impostos implementados no primeiro governo Trump. A negociação das tarifas entre Brasil e Estados Unidos tende a ser feita com cautela. O País teve aumento adicional de 10%, o que elevou ao redor de 2% a tarifa média. Parece provável que o governo brasileiro atuará com cautela em relação a eventuais medidas retaliatórias, buscando evitar uma escalada das medidas norte-americanas, uma vez que a tarifa média brasileira sobre produtos dos Estados Unidos é atualmente próxima de 11%. Em última análise, o tarifaço anunciado pelos Estados Unidos dificilmente será um jogo de soma zero. Haverá uma redistribuição de custos e benefícios entre agentes econômicos globais e uma provável redução da eficiência geral do sistema comercial internacional. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.