09/Apr/2025

A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, propôs tarifas de retaliação sobre uma série de produtos dos Estados Unidos, em resposta às medidas adotadas pelo presidente Donald Trump ao aço e alumínio. Foi elaborada uma lista robusta de contramedidas, ao mesmo tempo em que busca equilibrar o fardo entre os estados-membros. A lista final e os níveis de tarifas serão colocados em votação no dia 9 de abril, com a lista final adotada em 15 de abril. Os impostos sobre produtos entrarão em vigor naquele dia para o primeiro conjunto de medidas, e em 15 de maio para as demais Cerca de € 380 bilhões em exportações da União Europeia estão sujeitas a tarifas norte-americanas de 20% ou 25%, e algumas chegam a 27,5%, como no caso dos automóveis de passageiros.

Isso representa um aumento significativo na arrecadação de tarifas dos Estados Unidos sobre produtos europeus, que deve saltar de € 7 bilhões para mais de € 80 bilhões por ano. A situação comercial com os Estados Unidos, parceiro mais importante do bloco europeu, está em um ponto crítico. Desde o início, a União Europeia buscou negociações significativas com o governo norte-americano, mas não pode esperar indefinidamente. As medidas foram elaboradas com base em contribuições de 660 partes interessadas e em consultas com os governos nacionais. A resposta da União Europeia se apoia em três pilares: defesa de seus interesses por meio de contramedidas; diversificação de parcerias comerciais com países como Índia, Indonésia, Tailândia e Filipinas; e combate a desvios de comércio prejudiciais ao mercado único europeu.

A União Europeia ressaltou que continua aberta ao diálogo. A percepção é de que os Estados Unidos estão tratando as tarifas como ação corretiva e não uma medida tática. O plano para responder às tarifas sobre automóveis e recíprocas dos Estados Unidos contra o bloco pode ficar pronto já na próxima semana. Esta será a segunda fase da resposta europeia. O novo plano surge enquanto os países-membros da União Europeia se preparam para votar nesta quarta-feira (09/04), uma primeira rodada de tarifas destinadas a combater alíquotas de 25% sobre exportações de aço e alumínio para os Estados Unidos.

Além disso, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, discutiu com o primeiro-ministro da China, Li Qiang, sobre a possibilidade de que haja oferta excessiva de produtos chineses baratos para a União Europeia, à medida que tarifas recém-anunciadas pelos Estados Unidos afetarem o comércio global. A presidente ressaltou a importância vital da estabilidade e previsibilidade para a economia global. Von der Leyen disse que a China e a União Europeia têm a responsabilidade de apoiar um sistema comercial forte e renovado, em resposta a "perturbações generalizadas" deflagradas pelas tarifas dos Estados Unidos. Ela pediu uma resolução negociada para a situação atual, enfatizando a necessidade de evitar uma escalada maior.

Von der Leyen também ressaltou o papel da China em lidar com eventuais desvios comerciais causados pelas tarifas, incluindo setores já atingidos pelo excesso de capacidade global, e discutiu a criação de um mecanismo para monitorar e reverter desvios comerciais. O presidente Donald Trump afirmou que a União Europeia terá que se comprometer a comprar US$ 350 bilhões em energia dos Estados Unidos para obter um alívio das tarifas. As declarações de Trump foram uma resposta à fala da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de que a União Europeia havia se oferecido para reduzir a zero as tarifas do bloco sobre carros e produtos industriais importados dos Estados Unidos se o país retribuísse. Questionado sobre se a oferta era suficiente para ele recuar, Trump disse: "Não, não é". Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.