08/Apr/2025
Em um dia de estresse generalizado nos mercados globais, o dólar disparou novamente no Brasil nesta segunda-feira (07/04) e superou os R$ 5,90, após os Estados Unidos iniciarem a cobrança de tarifas de importação e o presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçar a China com mais taxas. O dólar fechou em alta de 1,24%, a R$ 5,91, maior valor de fechamento desde 28 de fevereiro. Apenas no acumulado das duas últimas sessões, a moeda norte-americana avançou R$ 0,28, um salto que dá a medida do estresse do mercado local com a guerra tarifária deflagrada pelos Estados Unidos. Em abril a divisa já acumula elevação de 3,57%. O dólar se manteve em alta durante praticamente toda a sessão em sintonia com a queda firme das ações ao redor do mundo, após o início da cobrança, no sábado (05/04), de uma tarifa de 10% sobre todas as importações dos Estados Unidos.
Assim como na sexta-feira (04/04), investidores buscavam a segurança da moeda norte-americana, tendo no horizonte ainda o início da cobrança, nesta quarta-feira (09/04), de uma bateria adicional de tarifas recíprocas que atingirá vários países. Para piorar, nesta segunda-feira (07/04), Donald Trump afirmou que pode impor uma taxa adicional de 50% sobre as importações vindas da China nesta quarta-feira (09/04), se a segunda maior economia do mundo não retirar as tarifas de 34% que impôs sobre produtos dos Estados Unidos na semana passada. As tarifas chinesas vieram em resposta às taxas de 34% anunciadas anteriormente por Trump sobre a China. Os mercados globais chegaram a experimentar algum alívio, após reportagem da CNBC dos Estados Unidos informar que Donald Trump estaria considerando uma pausa de 90 dias nas tarifas cobradas de todos os países, com exceção da China.
Em reação, o dólar despencou para a mínima de R$ 5,81 (-0,38%). Mas, o movimento foi um ruído momentâneo. Em resposta na sequência, o governo norte-americano desmentiu a pausa e qualificou a notícia como “falsa”, o que fez o dólar subir com ainda mais força ante o Real. A moeda norte-americana atingiu a máxima de R$ 5,93 (+1,63%). Segundo a Nomad, essa possível escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo provocou um aumento na aversão ao risco nos mercados, o que afetou particularmente as moedas de países emergentes, especialmente o Real. A alta do dólar ante o Real ajudou a sustentar as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) no Brasil e esteve em sintonia com a queda firme do Ibovespa. No exterior, o dólar tinha ganhos ante quase todas as demais divisas. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,89%, a 103,510. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.