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08/Apr/2025

Países buscam calibrar medidas contra as tarifas

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou nesta segunda-feira (07/04), que a União Europeia (UE) está pronta para negociar um bom acordo com os Estados Unidos, mas afirmou que pode tomar medidas contrária, a depender dos desdobramentos das conversas. Diferentes instrumentos de retaliação "estão na mesa". A União Europeia focará nos 83% do comércio mundial disponível, que não envolvem os Estados Unidos, e uma força-tarefa de vigilância de importações será criada. A resposta da União Europeia às tarifas impostas por Donald Trump deve ser "proporcional". O bloco europeu dispõe de diversas ferramentas para pressionar o governo norte-americano além das tarifas, como, por exemplo, retirar todas as empresas norte-americanas dos mercados públicos europeus. A expectativa é de que o "bourbon seja retirado da lista" de produtos tarifados pelos Estados Unidos. A taxação sobre bebidas alcoólicas tem causado preocupação a produtores de vinho da Itália e da França.

A forte elevação de tarifas pelos Estados Unidos poderá levar a uma repetição da Grande Depressão. Segundo o ministro do comércio da Polônia, está claro que não haverá vencedores. A alta de tarifas foi a maior em um século. Movimentos semelhantes feitos em 1930 agravaram a contração da economia global e levaram a um aumento do extremismo político e de conflitos. Os ministros de comércio europeus considerarão medidas para proteger as empresas do bloco de desvios de comércio por parte de empresas da China e de outros países. Se companhias chinesas, por exemplo, constatarem que a demanda por seus produtos enfraqueceu porque as tarifas os tornaram mais caros para os compradores dos Estados Unidos, elas provavelmente tentarão buscar clientes em outros lugares e reduzirão seus preços com esse intuito. O ministro do comércio da Suécia afirmou que seu governo apoiará medidas bem direcionadas e proporcionais em resposta às tarifas, mas acrescentou que todas as opções estão na mesa, incluindo medidas que mirem empresas de tecnologia dos Estados Unidos.

No entanto, o vice-primeiro-ministro da Irlanda argumentou que qualquer iniciativa contra empresas de tecnologia, muitas das quais têm sua sede europeia em Dublin, representaria uma "escalada extraordinária" no conflito. "É a opção nuclear", disse Harris, referindo-se ao acionamento do Instrumento Anticoerção, medida que seria necessária para atingir empresas de tecnologia. Ministros do comércio declararam preferir uma solução negociada para o conflito comercial. O ministro da economia da Alemanha afirmou que a justificativa dos Estados Unidos para as tarifas é "absurda". Embora a União Europeia precise evitar o desvio de comércio, também é importante garantir que o comércio com outros países além dos Estados Unidos continue a ser conduzido sob um sistema baseado em regras. O Reino Unido considera diferentes opções para lidar com as tarifas dos Estados Unidos, mas descarta uma retaliação imediata.

O governo britânico negou que uma reversão do Brexit esteja entre as opções para lidar com o tarifaço norte-americano, reiterando que o objetivo das conversas em andamento entre autoridades europeias é apenas ampliar a proximidade das relações comerciais entre Reino Unido e União Europeia. O ministro da Economia da Espanha afirmou que os líderes da União Europeia precisam enviar um sinal de que estão confiantes, de que estão abertos ao comércio e a negociar as tarifas com os Estados Unidos. O bloco deve evitar 'tirar da mesa' qualquer instrumento para retaliar, mas não pode utilizá-lo agora, pois é preciso diminuir a incerteza. É importante atingir uma negociação "justa e balanceada" com a administração do presidente norte-americano, Donald Trump, e que é preciso analisar quais setores serão mais atingidos pela política tarifária. O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que países de todo o mundo estão falando com os Estados Unidos e que conversou com o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, e afirmou que o líder japonês enviará uma "equipe de ponta" para negociar as tarifas.

O Vietnã afirmou que está preparado para negociar com os Estados Unidos e reduzir a zero as tarifas de importação de produtos norte-americanos. No radar, o Camboja reduzirá as tarifas sobre algumas importações dos Estados Unidos de 35% para 5%, na tentativa de realizar negociações. O governo norte-americano afirmou que zerar tarifas contra produtos dos Estados Unidos, como anunciado pelo Vietnã, não será o suficiente para que o presidente Donald Trump retire as tarifas recíprocas. Países que desejam negociar a redução das tarifas recíprocas precisam eliminar barreiras comerciais não-tarifárias. No caso do Vietnã, há preocupação com o grande fluxo de bens e alimentos vindos da China. Já a União Europeia, por exemplo, teria que interromper vetos e diminuir tarifas sobre produtos norte-americanos.

O Canadá abriu nesta segunda-feira (07/04) uma disputa formal na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os Estados Unidos, em reação à imposição de tarifas de 25% sobre importações de automóveis e autopeças canadenses. Segundo o governo canadense, as medidas violam compromissos assumidos pelos Estados Unidos no âmbito do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT). A OMC informa que o Canadá considera as tarifas incompatíveis com três artigos do GATT, por não garantirem tratamento "não menos favorável" ao comércio canadense, por ultrapassarem os tetos tarifários acordados e por aplicarem "penalidades excessivas por infrações menores" às normas aduaneiras.

governo canadense também contesta regras específicas, como a cobrança retroativa das tarifas em casos de "declaração incorreta de conteúdo norte-americano" e a exclusão temporária de autopeças contempladas pelo USMCA, o acordo comercial entre Estados Unidos, México e Canadá. O presidente do Conselho de Consultores Econômicos da Casa Branca (CEA), Stephen Miran, afirmou que não sabe dizer se algum acordo será concretizado antes das tarifas recíprocas entrarem em vigor, no dia 9 de abril, e que a decisão caberá ao presidente americano, Donald Trump, quem ele considerou "ser famoso pela habilidade de negociação e de criar acordos". "Eu encorajaria os países para abordar Trump com ofertas de redução de tarifas", acrescentou. Segundo ele, as tarifas do republicano podem ter um "impacto significativo" na economia da China. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.