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08/Apr/2025

EUA: políticas tarifárias não são para negociação

Em artigo publicado no Financial Times, Peter Navarro, conselheiro econômico do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu as políticas tarifárias do republicano como uma resposta necessária a um "sistema de comércio internacional quebrado". Segundo ele, as tarifas recíprocas impostas por Trump têm como objetivo corrigir décadas de desequilíbrios que, em sua avaliação, prejudicaram a economia norte-americana. "Isso não é uma negociação", afirmou Navarro, ao classificar os déficits comerciais crônicos, que ultrapassam US$ 1 trilhão ao ano, segundo ele, como uma "emergência nacional". Ele criticou a regra da "nação mais favorecida" da Organização Mundial do Comércio (OMC), que, para ele, permitiu que parceiros comerciais mantivessem tarifas elevadas sem oferecer contrapartidas aos Estados Unidos. Navarro observou que, enquanto a tarifa média norte-americana é de 3,3%, países como China (7,5%), Tailândia e Vietnã (próximos de 10%) e Índia (17%) impõem taxas significativamente mais altas.

Apesar do tom duro, o conselheiro ressaltou que "Trump está sempre disposto a ouvir", mas fez um alerta: "aos líderes mundiais que, após décadas de trapaças, agora oferecem reduzir tarifas, saibam disto: isso é apenas o começo". Navarro também destacou barreiras não tarifárias, como subsídios, práticas de dumping e roubo de propriedade intelectual, como entraves ainda mais nocivos ao comércio do que as tarifas em si. "A OMC falhou em resolver disputas. A União Europeia, por exemplo, mantém desde 1998 uma proibição ilegal à carne bovina norte-americana com hormônios", exemplificou. Ele chamou atenção ainda para a necessidade de que "países impeçam que a China burle tarifas" ao redirecionar exportações por meio de terceiros, como Vietnã, México e Camboja. Navarro criticou também práticas de concorrentes estrangeiros que, segundo ele, distorcem o comércio global, como o uso de trabalho análogo à escravidão e a poluição sem controle. Na sua visão, a proposta de Donald Trump é direta: "cobrar o que cobram de nós. Tudo o que os Estados Unidos querem é justiça. O que poderia ser mais justo do que isso?" Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.