04/Apr/2025
O governo dos Estados Unidos publicou detalhes sobre os itens não sujeitos a tarifas recíprocas após a ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump, que impõe uma taxa mínima de 10% sobre importações de todos os países. As tarifas recíprocas não serão adicionadas ao aço, alumínio, carros e autopeças, que já foram alvo de outras taxas recentes. Desde 12 de março, entrou em vigor uma taxa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. Donald Trump havia anunciado taxa de 25% para carros e autopeças anteriormente.
Entre os bens não enquadrados na medida estão artigos de cobre, produtos farmacêuticos, semicondutores e madeira serrada. Energia e minerais especiais não disponíveis nos Estados Unidos, barras de ouro e prata e outros artigos incluídos na Seção 232 também ficam de fora das tarifas recíprocas. Para o Canadá e o México, as ordens existentes de fentanil/migração permanecem em vigor e não são afetadas pela ordem da tarifa recíproca.
Isso significa que os produtos compatíveis com o Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA) continuarão a ter uma tarifa de 0%, os produtos não compatíveis com o USMCA terão uma tarifa de 25% e a energia e potássio não compatíveis com o USMCA terão uma tarifa de 10%. A ordem também permite que o presidente Donald Trump aumente a tarifa se os parceiros comerciais retaliarem ou diminuírem as tarifas e se os parceiros comerciais tomarem medidas significativas para remediar acordos comerciais não recíprocos e alinhar-se com os Estados Unidos em questões econômicas e de segurança nacional.
O decreto impondo tarifas recíprocas sobre importações estabelece 5 de abril como data de início da vigência da tarifa geral mínima de 10%. Tarifas adicionais impostas a alguns países entrarão em vigor dia 9 de abril. Caso algum parceiro comercial retalie contra os Estados Unidos em resposta a esta medida, seja por meio de tarifas sobre exportações norte-americanas ou outras ações, o escopo das tarifas poderá ser expandido, a fim de garantir sua eficácia.
De acordo com o documento, a medida tem por objetivo enfrentar "ameaça incomum e extraordinária" à segurança nacional e econômica dos Estados Unidos, combatendo o déficit comercial persistente do país, que atingiu US$ 1,2 trilhão em 2024, atribuído a práticas comerciais "não recíprocas" de parceiros globais. Grandes e persistentes déficits anuais de bens dos Estados Unidos levaram ao esvaziamento da base industrial do país. A ordem executiva cita disparidades tarifárias específicas, como a do etanol: Brasil (18%) impõe tarifas mais altas que os Estados Unidos (2,5%), exemplifica.
O secretário do Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, afirmou que o presidente Donald Trump não vai recuar nas tarifas e que negociará apenas se os países "arrumarem" suas próprias tarifas e barreiras não tarifárias. "Deixe Donald Trump comandar a economia global. Ele sabe o que está fazendo. Você tem que confiar nele... Está quebrado. Deixe-o consertar", disse ao mencionar a possibilidade de os países corrigirem as barreiras comerciais não tarifárias. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.