04/Apr/2025
A MB Associados avalia que o consumidor norte-americano deve ser o principal prejudicado com as imposições tarifárias anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele propôs uma alíquota mínima de 10% sobre importações de todos os países, incluindo o Brasil. No entanto, nações que aplicam tarifas consideradas "elevadas" contra produtos norte-americanos enfrentarão taxas ainda maiores. Os produtos vão ficar muito mais caros nos próximos meses e por um bom tempo. É difícil imaginar que Donald Trump volte atrás pela intensidade desse ajuste.
Levando em conta as imposições tarifárias adotadas para outros países, a exemplo da taxa de 34% para as importações chinesas e de 20% para as importações advindas da União Europeia, o Brasil poderia estar em uma situação mais complicada, uma vez que o País foi contemplado com a tarifa mínima de 10%. As políticas de Donald Trump demonstram uma falta de entendimento muito grande em relação aos riscos de recessão. Trump não tem noção do tamanho desse risco e o que significa em termos de bem-estar para a sociedade norte-americana. A economia dos Estados Unidos deverá registrar queda na atividade no primeiro trimestre deste ano.
Para a Verde Asset Management, os riscos para a inflação dos Estados Unidos aumentaram depois do anúncio de tarifas recíprocas. O core CPI anualizado ano a ano deu um salto enorme pós-Covid e foi cedendo, chegando hoje em 3,14%. Antes das tarifas era esperado que o indicador fechasse o ano abaixo de 3%, mas esse número vai subir muito a partir das tarifas anunciadas. A inflação no segmento de bens duráveis já começou a subir e vai ser a maior alta.
O ex-secretário do Tesouro americano Lawrence Summers calcula que a política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode levar a uma perda econômica de até US$ 30 trilhões, ou US$ 300.000 por família de quatro pessoas. "As tarifas de Trump são as mais caras e masoquistas que os Estados Unidos adotaram em décadas", escreveu Summers em rede social. Summers, que também é presidente emérito da Universidade Harvard, teceu duras críticas às tarifas anunciadas pelo republicano.
"Nunca antes uma hora de retórica presidencial custou tanto a tantas pessoas", acrescentou. Inicialmente, Summers havia calculado as perdas em US$ 20 trilhões, mencionando a queda dos mercados futuros em Wall Street entre 2% e 3% na esteira das falas de Donald Trump. Conforme ele, isso teria varrido US$ 1,5 trilhão das bolsas norte-americanas. Mas, diante do fato de que a maioria do prejuízo causado pelo ‘homem tarifa’ já teria sido precificado no mercado, o ex-secretário do Tesouro sugeriu um total de US$ 4 trilhões em perdas para as bolsas nos EUA. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.