ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

03/Apr/2025

Empresas brasileiras investindo no Golfo Pérsico

Empresas brasileiras estão cada vez mais criando raízes em países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), bloco formado por Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Omã, Catar, Kuwait e Bahrein. Dois exemplos recentes são os da Ambipar, especializada em emergências ambientais, que abriu escritórios em Abu Dhabi e Dubai, nos Emirados, e planeja criar um centro de treinamento no país; e a JBS, que acaba de inaugurar sua segunda fábrica na Arábia Saudita. O movimento é reflexo de décadas de intensificação do comércio e das relações diplomáticas do Brasil com a região. As exportações do País ao bloco somaram US$ 10,7 bilhões em 2024, um aumento de 14,7% sobre 2023, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), e hoje diversas empresas brasileiras mantém presença física por lá, com instalações que vão de escritórios a fábricas, passando por lojas, franquias e centros de distribuição.

São marcas como Vale, BRF, Embraer, Weg, Tramontina, Ornare, Breton, Farm, Havaianas e outras. Só em Dubai, a há pelo menos 30 empresas brasileiras ativas. A tendência decorre também de fatores como mercado consumidor abastado, acesso a outros mercados da região e de fora dela, facilidade para fazer negócios, baixa tributação e ampla disponibilidade de recursos financeiros. Para a Ambipar, este é o momento de expandir os serviços na região do Golfo. Depois de Dubai e Abu Dhabi, a companhia planeja entrar no emirado de Sharjah, que tem um histórico forte de preocupações ambientais. A JBS inaugurou no final do ano passado uma nova fábrica em Jeddah, na Arábia Saudita. Esta instalação representa um investimento de US$ 50 milhões e tem como objetivo quadruplicar a capacidade de produção de produtos de frango de valor agregado no país.

A JBS tem também uma unidade industrial na cidade saudita de Dammam. A companhia segue os passos da concorrente BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, que está presente na região desde a década de 1970 e há pelos menos 15 anos começou a adquirir empresas de distribuição e a estabelecer fábricas por lá. O Oriente Médio é uma região estratégica para a JBS e a empresa está comprometida em fortalecer a presença e contribuir para a segurança alimentar na região. Segurança alimentar é uma preocupação constante nestes países, majoritariamente áridos. Tal preocupação induz à atração de empresas estrangeiras e ao investimento em companhias do ramo no exterior. As nações do Golfo têm também planos robustos de diversificação de suas economias para além do petróleo. Como consumidores e investidores, pedem reciprocidade das empresas estrangeiras.

Segundo o escritório de advocacia Demarest, a Arábia Saudita quer investir no Brasil, mas pede investimentos brasileiros também. Eles precisam gerar desenvolvimento local. Foi algo que aconteceu há uns 15 anos também em Abu Dhabi e Dubai. Várias empresas brasileiras assinaram memorandos de entendimento e acordos de cooperação com instituições e companhias sauditas nos últimos anos, como a Embraer. “A Embraer e a Arábia Saudita têm estudado profundamente o potencial para uma parceria abrangente e de longo prazo. Segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), a região sempre teve importância para o Brasil, mas a importância relativa, em termos de comércio e investimentos, aumentou nos últimos anos. A agência, que tem um escritório em Dubai, assinou em janeiro um acordo com a Zona Franca de Jebel Ali (Jafza), no emirado, para criar uma incubadora com capacidade para 100 empresas brasileiras.

A ideia é levar empresas de pequeno e médio portes. É um mercado que permite a alavancagem de empresas. Além de atender os países endinheirados do Golfo, empresas brasileiras se estabelecem por lá para acessar outros mercados do Oriente Médio, Norte da África e Ásia. O grupo Lide tem promovido eventos com empresários nos Emirados. O próximo está previsto para este mês. Algumas empresas percebem que é mais fácil produzir e vender a partir dos Emirados e assumem um compromisso efetivo com a produção, não só com importação e revenda, afirma o embaixador do Brasil em Abu Dhabi. O Brasil e os Emirados têm uma parceria estratégica que inclui acordos para evitar bitributação e de facilitação de investimentos, e está em negociação um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a nação árabe. As relações com o Brasil passam por uma transformação, estão sendo redimensionadas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.