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02/Apr/2025

Mercosul-UE: acordo é resposta ao protecionismo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a Europa deveria ter um olhar político sobre o acordo Mercosul-UE, em vez de discutir “item por item”. Ele assegurou que, no acordo, os países chegarão a um consenso benéfico para todas as partes. Quanto mais um país aposta no multilateralismo, menores as chances de vivenciar um período de pós-guerra no mundo. Ele reiterou que o Brasil, por exemplo, teria muita dificuldade em se tornar um “satélite” de uma outra nação, como China ou Estados Unidos. Mas, a dinâmica internacional da geopolítica busca forçar essa situação, como se tivesse que escolher um entre dois lados e não poder agir para distensionar o mundo com relações mais abertas. O mundo vem discutindo há 60 dias práticas protecionistas que estão em completo desacordo com as práticas ambientais, como, por exemplo, a retomada de produção manufatureira com energia fóssil.

Esse protecionismo é meramente comercial, para levar mais riqueza para quem já é rico. O mundo pode voltar a ser bipolar, que é o que aparentemente se pretende, abandonar o multilateralismo e criar o ‘espantalho’ necessário para manter sua posição de poder. A defesa de um mundo multipolar e a criação de novas cadeias produtivas que incluam mais países em desenvolvimento são o caminho mais adequado para o momento atual. A aposta que o Brasil faz é mais sustentável para quem tem apreço pela democracia, para quem tem apreço pela liberdade, para quem tem apreço pelo desenvolvimento sustentável, defendeu Haddad. O ministro da Fazenda participou da Cerimônia de Abertura dos Diálogos Brasil-França junto ao seu homólogo francês, o ministro das Finanças Éric Lombard nesta terça-feira (1º/04).

O ministro brasileiro frisou a questão importância da cooperação entre os dois países nos níveis econômico, financeiro e ambiental para combater a tendência ao bilateralismo que o cenário econômico mundial vem tomando. A colaboração entre Brasil e França é crucial, especialmente em tempos de incertezas econômicas e desafios globais. Haddad voltou a afirmar a importância do acordo entre o Mercosul e a União Europeia como uma forma de combater a tendência protecionista imposta por Donald Trump, enquanto o ministro Lombard afirmou que faltam alguns ajustes no acordo no que diz respeito à agricultura e à transição ecológica. Haddad defendeu que este acordo é uma resposta política importante para impedir que o mundo volte a uma situação bipolar que a esta altura não interessa a ninguém. Os defensores da democracia, da sustentabilidade e da liberdade devem colaborar para que o multilateralismo se recoloque com força para que formas sustentáveis de desenvolvimento econômico e relações entre os países possam prosperar.

O ministro brasileiro frisou que as economias dos dois blocos são complementares. A integração pode torná-las mais competitivas tanto do ponto de vista da agricultura quanto do industrial, completou Haddad. Apesar de a França ser o país mais resistente do bloco europeu ao acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE), o ministro das finanças francês, Éric Lombard, afirmou que o acordo se inscreve no multilateralismo e no espírito de cooperação no mundo, que ele e Haddad desejam desenvolver. Maior produtora agrícola da Europa, a França tem sido alvo de protestos massivos de agricultores, que chegaram a bloquear as ruas da capital com seus tratores, para protestar contra o acordo, fazendo com que políticos de todos os espectros se colocassem contra a ratificação deste. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.