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01/Apr/2025

Brasil: trabalhador estuda mais e está mais velho

De acordo com estudo da consultoria LCA, entre 2019 e 2024, a população ocupada do Brasil ficou mais educada e mais velha, além de ter aumentado a sua presença no setor de serviços. Nesse período, houve marcos importantes. Ocorreu uma grande transformação nas relações de trabalho, provocada pela pandemia de Covid-19, e a economia brasileira deu sinais de força na maioria dos anos: o País criou 8 milhões de novos postos, passando de 94,258 milhões de ocupados para 102,220 milhões. Quando se faz o recorte por anos de estudo no período analisado, o número de brasileiros empregados com ensino médio completo aumentou em 5,72 milhões, representando 37,1% da população ocupada (37,96 milhões de pessoas), enquanto aqueles com ensino superior cresceram em 5,2 milhões, alcançando 23,9% do total de trabalhadores (24,396 milhões).

Houve um avanço da escolaridade ao longo dos anos. Há cada vez menos pessoas pouco qualificadas no Brasil. Nas últimas décadas, elas procuraram terminar seus estudos incompletos. Em 2024, o mercado de trabalho mostrou mais um ano de força. A taxa de desemprego foi de 6,6%, a mais baixa desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O cenário recente do mercado também foi marcado pelo envelhecimento dos trabalhadores no País. O maior avanço ocorreu entre as populações de 40 a 59 anos (4,720 milhões de novos postos) e acima de 60 anos (1,541 milhão), que passaram a responder por 39,8% e 8% dos ocupados, respectivamente. Esse movimento não é uma característica intrínseca do mercado de trabalho, mas uma consequência das mudanças demográficas da população brasileira.

São tendências que impactam diretamente o mercado de trabalho. Os números do emprego mostram ainda que o Brasil aumentou sua dependência do setor de serviços. Eram 54,239 milhões de ocupados no ano passado nesse setor, ou 53,1% dos empregados. Em 2019, o contingente somava 48,598 milhões (ou 51,6%). Dentro do setor de serviços, a análise detalhada dos números mostra que o ramo de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas foi um dos que mais ganharam trabalhadores entre 2019 e 2024. Foram 2,225 milhões de postos abertos a mais, de 10,705 milhões para 12,930 milhões. São vagas relacionadas ao fato de que não exigem a presença do trabalhador, mais voltadas para o setor de tecnologia. A economia brasileira está cada vez mais voltada ao setor de serviços, e esse peso está maior.

As contratações na administração pública e em atividades de educação, saúde humana e serviços sociais também cresceram de 2019 a 2024 no setor de serviços, indo de 16,147 milhões para 18,440 milhões. O setor de educação voltou a crescer depois dos anos de pandemia. A evolução do mercado de trabalho nesse período revela ainda que a maioria da população está no setor privado: em 2024, eram 52,573 milhões (51,4% dos ocupados), mais do que os 46,419 milhões de 2019. Desse total, em 2024, 38,641 milhões tinham carteira de trabalho assinada e o restante (13,933 milhões) não. A proporção de trabalhadores por conta própria recuou no período, mas o número absoluto de ocupados cresceu: passaram de 23,969 milhões para 25,592 milhões, o que correspondeu a 25,4% e 25%, respectivamente, do total de empregados no País. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.