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31/Mar/2025

China defende comércio em reunião com CEOs globais

O líder chinês Xi Jinping pediu aos executivos de negócios estrangeiros que defendessem o comércio e afirmou que a globalização era 'imparável', traçando um contraste implícito entre as políticas de chinesas e as tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em uma rara reunião, o presidente chinês convocou uma lista de quem é quem de executivos estrangeiros como Pfizer, Blackstone e Mercedes-Benz para o Grande Salão do Povo de Pequim no dia 21 de março. A reunião contou com a presença de cerca de 40 executivos e líderes de grupos empresariais dos Estados Unidos, Europa e Ásia. Xi afirmou que as multinacionais assumem uma responsabilidade importante na manutenção da ordem econômica mundial. Ele também garantiu que a China estava aberta para negócios e ansiosa para ajudar empresas estrangeiras a prosperarem. A ofensiva do governo chinês em relação às empresas Ocidentais incluiu passos hesitantes na diplomacia com os Estados Unidos.

No dia 23 de março, o premiê chinês Li Qiang se encontrou com um aliado de Donald Trump, o senador Steve Daines e a reunião lançou as bases para uma cúpula presencial entre os presidentes Trump e Xi. A mensagem recente da China, incluindo em um fórum anual para executivos globais que terminou no dia 24 de março, apresenta o país asiático como uma âncora de estabilidade em um mundo tumultuado e busca transformar líderes empresariais estrangeiros em aliados na luta contra as tarifas de Donald Trump. Desde que assumiu o cargo em janeiro/2025, Trump aumentou as tarifas duas vezes sobre produtos chineses, que agora enfrentam taxas adicionais de 20% além das tarifas anteriores. Nas duas vezes, a China retaliou. Ainda assim, alguns participantes do fórum disseram que estava claro que a abertura da China tinha limites. O impulso para a autossuficiência em tecnologia e outras indústrias criou um campo de jogo distorcido.

Um aumento na competição de rivais locais também corroeu a participação de mercado de marcas estrangeiras, por exemplo, em carros. Embora preocupados com as tarifas de Donald Trump, os CEOs globais também estão preocupados com a economia da China. No ano passado, o crescimento econômico da China caiu para 5%, de acordo com números oficiais, entre os níveis mais baixos em décadas, e seu mercado imobiliário está atolado em uma crise de vários anos. O investimento estrangeiro na China caiu 29% em 2024 em relação ao ano anterior em termos de yuan, o segundo ano consecutivo de declínio. O encontro do dia 21 de março incluiu CEOs norte-americanos com ligações de longa data com a China, como Stephen Schwarzman da empresa de private equity Blackstone e Cristiano Amon da fabricante de chips Qualcomm. Outros presentes incluíram o CEO da Pfizer, Albert Bourla, o presidente da Toyota, Akio Toyoda, o presidente do conselho de administração da Mercedes-Benz, Ola Källenius, e Georges Elhedery do HSBC.

Xi afirmou que a China estava comprometida em se desenvolver pacificamente e abrir ainda mais seus mercados para investimentos externos. Durante o Fórum de Desenvolvimento da China da semana passada, um encontro anual de executivos estrangeiros e formuladores de políticas chinesas, o premiê chinês transmitiu uma mensagem semelhante. "Empresas com investimento estrangeiro são participantes indispensáveis e co-construtoras do desenvolvimento da China", afirmou ele. Para os líderes chineses, o fórum também foi útil, pois dignitários estrangeiros elogiaram sua gestão da economia. Alguns dos aplausos mais calorosos dos participantes chineses no fórum foram para o economista da Universidade de Columbia Jeffrey Sachs, que criticou os Estados Unidos e elogiou os líderes chineses em um discurso sobre as mudanças climáticas. Segundo a Universidade de Yale, que participou do fórum de Pequim, o nível de incerteza é muito alto, apenas em termos do que Donald Trump fará e como a China pode retaliar.

Em janeiro deste ano, em uma pesquisa anual da Câmara de Comércio Americana na China, 30% dos mais de 360 entrevistados disseram que estavam considerando ou tinham começado a se mudar para locais alternativos para fabricação, um recorde na história de 27 anos de pesquisa da câmara. O aumento das restrições de segurança nacional e o risco de detenção ou prisão de funcionários têm enervado muitas empresas estrangeiras. Nessa frente, a China enviou um sinal positivo na semana passada, quando surgiram notícias de que cinco funcionários chineses da empresa de due diligence Mintz Group, sediada em Nova York, foram libertados após serem detidos durante uma batida policial na empresa em março de 2023. Sobre as tarifas dos Estados Unidos, a China afirmou que tomará medidas de retaliação resolutas se os Estados Unidos prejudicarem os interesses do país com suas tarifas recíprocas iminentes. Fontes: Broadcast Agro e Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.