28/Mar/2025
As seguidas ondas de calor que marcaram o verão ficaram para trás. Segundo as previsões meteorológicas, elas não devem se repetir no outono, que começou no dia 20 de março. No geral, porém, a nova estação terá temperaturas acima da média, seguindo a tendência registrada nos últimos anos e atribuída ao aquecimento global. O planeta vive um período de neutralidade, sem influência dos fenômenos climáticos La Niña e El Niño, que costumam alterar o regime de chuva e o padrão de temperaturas em várias regiões da Terra. Transição entre o verão e o inverno, o outono é marcado por um clima mais ameno. As temperaturas variam muito entre as diferentes regiões do País, com mínimas médias de 24°C no Norte e de 10°C no Sul. A nova estação se estende até as 23h42 de 20 de junho, quando começa o inverno.
Foi no outono do ano passado que o Rio Grande do Sul enfrentou uma das maiores enchentes de sua história, sob a influência do El Niño, caracterizado pelo aquecimento das águas do Pacífico. Este ano, a tragédia de 2024 não deve se repetir. Segundo a Universidade Estadual Paulista (Unesp), a chuva recorde do ano passado no Rio Grande do Sul não deve se repetir este ano; pelo contrário, as previsões indicam chuvas levemente abaixo da média na Região Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Obviamente temporais pontuais podem acontecer, mas nada da magnitude do que ocorreu no ano passado. Isso está relacionado ao fim do fenômeno La Niña (de resfriamento das águas do Pacífico), que estava ativo até o início do ano. Agora, o oceano entra em período de neutralidade (sem La Niña nem El Niño), com temperaturas variando entre -0,4°C e 1,4°C.
Nesta fase neutra, outras condições oceânicas ganham mais importância, como o aquecimento do sudoeste do Oceano Atlântico, perto da Bacia do Prata (no sul do continente). Este fenômeno também desfavorece as chuvas nas Regiões Sul e Sudeste. De forma geral, o outono terá temperaturas acima da média em quase todo o Brasil, em especial no norte da Região Sudeste e na Região Centro-Oeste. Mas, não há perspectivas de ondas de calor tão intensas e abrangentes como as registradas no verão. Segundo o prognóstico climático da estação produzido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), embora a tendência deste outono seja de temperaturas acima da média, haverá também as características incursões de massas de ar frio, vindas do sul do continente, que provocam a queda das temperaturas, sobretudo nas Regiões Sul e Sudeste. De forma geral, nos últimos anos os oceanos têm apresentado temperaturas acima da média, contribuindo para a elevação recorde das temperaturas que vêm sendo registradas.
Essa elevação a temperatura dos oceanos é atribuída ao aquecimento global. O outono também marca as primeiras ocorrências no ano de fenômenos adversos relacionados à estação, como nevoeiros nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste; geadas nas Regiões Sul, Sudeste e em Mato Grosso do Sul; neve nas áreas serranas e nos planaltos da Região Sul, além de friagem no sul da Região Norte e em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso até o sul de Goiás. Os ventos mais fortes costumam soprar na forma de ciclones extratropicais (sistemas de baixa pressão), fenômeno que se torna mais frequente no outono e que impulsiona o ar polar em direção ao Sul do País. Quando ocorrem ciclones, as rajadas de vento são de, em média, 50 a 100 Km/h. Em casos extremos, podem ultrapassar 100 Km/h no sul e no leste do Rio Grande do Sul, com risco de ressacas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.