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28/Mar/2025

Brasil pode ser alvo de tarifas recíprocas dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pretende aplicar uma sobretaxa a todos os bens importados do Brasil, sem exceções, caso decida incluir o País no tarifaço que promete anunciar em 2 de abril, informou uma autoridade do governo norte-americano. Ainda não foi definido se o Brasil será ou não atingido pela política de tarifas recíprocas. Ainda, todo país que for considerado "desleal" na sua relação comercial com os Estados Unidos sofrerá uma tarifa uniforme e individual sobre todos os seus bens. De fato, o Brasil e outros países emergentes, entre eles a Índia e a África do Sul, companheiros do País no Brics, correm um grande risco de serem alvos das "tarifas recíprocas" prometidas pelo presidente dos Estados Unidos, que devem ser anunciadas na semana que vem.

Segundo a Fitch, o motivo é que as alíquotas do imposto de importação aplicado por estas nações a produtos dos Estados Unidos são maiores do que as aplicadas pelos norte-americanos aos produtos não só destes três países, mas também de Tailândia, Malásia, Turquia e, em termos de média simples de tarifas, Vietnã e Indonésia. O cálculo da agência levou em consideração as tarifas pagas pelos exportadores e importadores dos Estados Unidos em 2023. A comparação inclui duas medidas alternativas de tarifas: média simples de tarifas e tarifa ponderada pelo comércio. A primeira é uma média sem ponderação das tarifas sobre todos os produtos comercializados e um reflexo das escolhas da política tarifária ex-ante.

A tarifa ponderada é mais influenciada pelo mix de comércio bilateral. Sob os termos da cláusula da Nação Mais Favorecida (NMF), regra do comércio internacional segundo a qual não pode haver discriminação entre parceiros comerciais, a tarifa aplicada por outros países aos produtos dos Estados Unidos é 3,9% maior que a tarifa aplicada aos produtos importados pelos Estados Unidos, em média simples, e 1,0% maior após aplicada a ponderação pelo comércio. O diferencial de tarifas com ponderação varia de 5,4%, no caso da Tailândia, a -1,7%, na Suíça.

Em médias simples, os maiores diferenciais são os do Brasil, Índia e Turquia. A Indonésia e o Vietnã também têm um diferencial elevado sob a média simples, mas após a ponderação o diferencial fica negativo. As importações dos Estados Unidos vindas destes dois países são dominadas por calçados e têxteis, cujas tarifas de importação aplicadas pelos Estados Unidos são bem altas. As exportações dos Estados Unidos ao Vietnã estão inclinadas a máquinas e equipamentos, que tem tarifas relativamente baixas no Vietnã. Fontes: Broadcast Agro e Folha de São Paulo. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.