26/Mar/2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participaram, nesta terça-feira (25/03), de encontro com empresários brasileiros ligados à Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Na pauta, a tentativa de abrir o mercado japonês ao setor. Também participaram da reunião o time de ministros do Governo Federal que compõe a comitiva brasileira. O presidente lembrou que, em 2011, o fluxo comercial entre Brasil e Japão chegou a US$ 17 bilhões. Hoje, está na casa dos US$ 11 bilhões. Significa que é preciso de imediato recuperar US$ 6 bilhões, afirmou o presidente Lula. Ele ressaltou que obviamente o comércio exterior é via de duas mãos. O Brasil tem que vender e comprar. Lula adiantou que a missão também busca ampliar negócios com o Japão em setores estratégicos, como o aeronáutico e o ligado à transição energética, com hidrogênio verde, energia limpa e o Brasil está dando um salto de qualidade na questão do etanol, considerando elevar para 30% a mistura, tanto da gasolina quanto do biodiesel.
Se o Japão usar 10% de etanol na gasolina, é um salto extraordinário, não apenas para que o Brasil exporte, mas para que o Japão possa produzir no Brasil, ressaltou o presidente Lula, lembrando que nesta quarta-feira (26/03) haverá um encontro com centenas de empresários dos dois países. O Brasil pode contribuir decisivamente para que o mundo diminua o uso de combustível fóssil e comece a introduzir um comércio mais limpo, para conquistar a credibilidade de ser o país que mais tem uma produção de baixo carbono. Segundo o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, o objetivo da reunião com a Abiec é avançar na abertura do mercado junto ao Japão, principalmente de carne bovina brasileira. As indústrias brasileiras estão aptas a atender às exigências sanitárias e comerciais feitas pelo Japão. O ajuste nos protocolos sanitários de aves e o reconhecimento do Brasil livre de febre aftosa sem vacinação para mais alguns Estados amplia também o mercado de carnes suínas, muito importante, porque o Brasil é competitivo.
Carlos Fávaro lembrou que o processo de negociação para exportar a carne bovina brasileira para o Japão vem sendo conduzido há mais de 20 anos. O último protocolo já está há cinco anos sendo debatido. É preciso trabalhar para que caminhe para a finalização e abertura deste mercado importante. Isso vai garantir mais competitividade aos empresários e fazer com que a carne brasileira ganhe espaço no mundo e seja mais competitiva no mercado interno, prosseguiu o ministro. Carlos Fávaro lembrou que nos últimos dois anos o Brasil abriu 344 novos mercados em todo o mundo para produtos do agro brasileiro e que o trabalho segue ativo. É um recorde absoluto de todos os tempos, mostrando que o Brasil atingiu um patamar de segurança alimentar para o mundo. Em qualquer crise alimentar e sanitária, o Brasil consegue ser suprimento para todos os países. Outro diferencial brasileiro destacado por Carlos Fávaro é o trabalho para impedir a chegada da gripe aviária. A gripe aviária tomou conta de todos os continentes e o Brasil é um dos pouquíssimos países que não tem gripe aviária nos plantéis comerciais, garantindo o suplemento de quase 40% da carne de frango consumida no mundo, com qualidade, segurança e preços competitivos.
Para o ministro dos Transportes, Renan Filho, um dos pontos fortes para a expansão da capacidade de exportação do Brasil passa pelo fortalecimento da estrutura logística. “Toda essa transformação do setor produtivo precisa ter condições logísticas para exportar. E a grande pergunta é: o Brasil tem ou não? Claro que tem! A gente exporta muito mais barato do que outros países”, afirmou o ministro. Enquanto o Brasil tem um custo para produzir 1 arroba de carne e exportar a US$ 55,00, os Estados Unidos têm custo superior a US$ 100,00. E essa é a potência do Brasil para além de todas as outras, uma potência ambiental, uma democracia sólida e reconhecida internacionalmente, concluiu o ministro. O Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho citou exemplos que indicam o fortalecimento da infraestrutura nacional com impacto na capacidade exportadora. O Brasil, na década de 80 e 90, tinha praticamente 50% do escoamento da produção pelo Porto de Santos (SP).
Hoje, está em torno de 30% e a ideia é diminuir cada vez mais para ampliar a logística nas Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, para fazer um grande plano nacional de escoamento da produção do País. O ministro também citou avanços no setor portuário. No ano de 2024, teve um crescimento de 5%. O setor de contêineres registrou o maior volume de movimentação da história, com crescimento de quase 18%. O País está ampliando investimentos para fazer o melhor escoamento da produção, que vai desde uma ferrovia, de uma estrada, de uma hidrovia ao porto, para dar condições estruturais a esses novos mercados, destacou. Falando em nome dos produtores, o empresário Renato Costa mostrou-se confiante no resultado do trabalho realizado pelo Governo Federal nesta viagem. “O Japão é um mercado importante, o terceiro maior importador. Vejo que é bom para a indústria, para o produtor, para o País. Estamos sim bastante confiantes”, concluiu. Fonte: Ministério da Agricultura. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio