26/Mar/2025

De acordo com um estudo da consultoria Datagro, a inflação brasileira pode encerrar 2025 acima do teto da meta de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), impulsionada pela alta nos preços do milho e do diesel. Esses insumos têm efeito sistêmico sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), afetando desde os custos de produção de alimentos até o transporte de mercadorias. Em sua mais recente atualização, a Datagro projetou alta de 6,67% para o grupo Alimentação e Bebidas e de 5,81% para o grupo Combustíveis no IPCA acumulado de 2025.

A volatilidade nos preços das commodities já levou o índice de fevereiro ao maior nível para o mês em 22 anos. O milho é um insumo essencial na produção de proteínas animais, como frango, suínos e bovinos. Os preços do grão em Rondonópolis (MT) atingiram R$ 85,00 por saca de 60 Kg no dia 13 de março, um avanço de mais de 40% em relação ao mesmo período do ano passado, alcançando o nível mais alto desde o início da guerra na Ucrânia, em 2022. Essa valorização pode acrescentar 1,07% à inflação dos alimentos nos próximos seis meses e até 0,47% ao índice geral. O diesel, por sua vez, afeta os custos logísticos e pode ter impacto inflacionário ainda mais amplo.

Apesar de seu peso relativamente baixo no IPCA, a dependência do transporte rodoviário no Brasil amplifica seus efeitos ao longo do tempo. O reajuste de 6,29% no preço de refinaria do combustível, anunciado recentemente pela Petrobras, pode adicionar 0,29% à inflação geral e 0,77% ao grupo de Alimentação e Bebidas ao longo de 12 meses. Esse efeito pode ser ainda maior caso se confirme o aumento do ICMS sobre os combustíveis. Diante desse cenário, apesar das medidas anunciadas pelo governo para o controle inflacionário, a trajetória dos preços de insumos essenciais pode dificultar o cumprimento da meta do CMN para 2025. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.