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26/Mar/2025

EUA e os riscos negativos com tarifas recíprocas

O Goldman Sachs, contrariando a abordagem mais benigna de relatórios de mídia recentes sobre as tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acredita que os riscos se inclinam para um anúncio tarifário que irá surpreender negativamente os mercados. Isso porque autoridades norte-americanas afirmaram explicitamente que as tarifas a serem anunciadas em breve servem como base para negociação, o que incentiva o governo a propor tarifas mais altas desde o início. Isso ocorreu na experiência recente com o Canadá e México, que por duas vezes envolveram uma taxa elevada que foi rescindida, em sua maior parte ou totalmente, após alguns dias. Além disso, pesquisa mostra que os participantes do mercado que acreditam que as tarifas recíprocas são prováveis e esperam uma medida tarifária de 9%, em média.

A expectativa é de que a tarifa inicialmente proposta seja maior do que o resultado da pesquisa, potencialmente mais próxima do dobro do que os participantes do mercado esperam. A S&P Global Ratings afirma que as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos afetarão a economia da Ásia-Pacífico, mas sem "sufocar" seu crescimento. A instituição mantém sua previsão de expansão do PIB da China, alvo principal das tarifas, em 4,1% em 2025, graças a estímulos fiscais e recuperação do setor imobiliário no final de 2024. No entanto, os adicionais de 10% nas tarifas elevarão a taxa efetiva para cerca de 35%. Isso irá reduzir o crescimento da China por meio de menores exportações, investimentos e outros efeitos colaterais. Outras economias também sentirão o efeito: Coreia do Sul, Malásia e Singapura podem sofrer mais devido a tarifas sobre semicondutores, automóveis e produtos farmacêuticos. A instituição reduziu a projeção de crescimento da Coreia do Sul em 0,8% para 1,2% em 2025.

Índia, Filipinas e Austrália têm menor exposição, com demanda doméstica sustentando a atividade. A inflação moderada e o cenário de incerteza devem levar bancos centrais a cortar juros, mesmo com o risco de desvalorização cambial. O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve reduzir taxas apenas uma vez em 2025, limitando a margem de manobra do banco central da China (PBoC). A S&P prevê um corte de 20 pontos-base na taxa de juros pela China neste ano. Apesar das tensões externas, a demanda doméstica na maioria dos mercados emergentes da região deve se manter sólida. A resiliência econômica é atribuída à menor dependência de exportações nas últimas décadas. Porém, a elevada imprevisibilidade" das políticas comerciais dos Estados Unidos, que podem alterar cenários rapidamente. Enquanto isso, o Banco do Japão (BoJ) deve realizar alta gradual dos juros, refletindo pressões inflacionárias e crescimento salarial. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.