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25/Mar/2025

Plano Safra 2025/2026: propostas da Aprosoja-MT

A Aprosoja-MT defendeu a proibição do uso de critérios privados como a Moratória da Soja na concessão de crédito rural no Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2025/2026. Em ofício encaminhado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a entidade afirmou que essas restrições, "fundadas em pactos extralegais", têm dificultado o acesso dos produtores a financiamento, junto com a burocracia, o alto custo de captação e o volume limitado de recursos equalizados. A Moratória da Soja, acordo firmado em 2006 entre empresas, organizações não governamentais (ONGs) e o governo, impede a comercialização de soja produzida em áreas desmatadas após julho de 2008 na Amazônia. Produtores rurais têm criticado a iniciativa por considerar que ela vai além das exigências do Código Florestal, criando barreiras adicionais para acesso ao crédito. Como exemplo dos problemas atuais de financiamento, nos primeiros sete meses do atual ciclo 2024/2025, houve uma retração de 34,5% na liberação de crédito rural pelas instituições financeiras em relação ao mesmo período do ciclo anterior.

Em Mato Grosso, a queda chegou a R$ 11 bilhões entre julho de 2024 e janeiro de 2025. A entidade também propôs que o governo federal eleve para R$ 9 bilhões os recursos do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) e reduza a taxa de juros para 6% ao ano para pequenos e médios produtores. Sugeriu ainda que os repasses sejam feitos em parcela única, no lugar do atual sistema de desembolso progressivo, que encarece e atrasa as obras. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, no dia 19 de março, elevar a taxa básica de juros da economia de 13,25% para 14,25%. Segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o Estado tem capacidade para armazenar 58% da produção, com um déficit de 37,8 milhões de toneladas. A projeção da entidade é de que o gargalo logístico possa alcançar 173,22 milhões de toneladas até 2032, caso não haja ampliação da infraestrutura.

Outras propostas incluem a criação de uma linha de crédito específica para equipamentos de combate a incêndios florestais, como bombas d'água, extintores e caminhões-pipa, com juros reduzidos e prazos mais longos, e incentivos à adoção de culturas de cobertura (cover crops), práticas que melhoram a qualidade do solo e contribuem para a captura de carbono. A entidade também pediu a reformulação do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) e estímulos à ampliação do financiamento por meio de Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas do Agronegócio (Fiagros) e fundos multimercado, como forma de reduzir a dependência de recursos públicos. O Plano Safra depende de uma combinação de fatores, incluindo a previsibilidade e segurança para os beneficiários. A cada ano, o ciclo se repete: o governo anuncia valores expressivos para o Plano Safra, mas, ao longo do ano agrícola, falha em cumprir o que foi prometido, prejudicando ainda mais quem depende dessa assistência para a continuidade da sua produção, afirmou a entidade. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.