20/Mar/2025
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu, na segunda-feira (17/03), em Florianópolis (SC), o primeiro encontro regional para levantar as principais propostas do setor agropecuário para o Plano Agrícola e Pecuário 2025/2026. A reunião, para discutir as demandas da Região Sul, foi realizada na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), e contou com a presença de representantes de todas as federações da região, sindicatos rurais, produtores, associações e entidades setoriais. A Faesc destacou a importância do debate para ouvir as necessidades e reivindicações dos produtores para garantir o mínimo de segurança do setor para o financiamento anual da produção agropecuária brasileira. A CNA afirmou que o crédito para o próximo Plano Safra será um dos mais caros dos últimos anos, diante do atual cenário econômico do País.
Com a piora do endividamento público e incertezas fiscais, o mercado projeta mais aumentos da taxa Selic. O último PAP foi anunciado com uma taxa de 10,5% ao ano. Para o próximo, a estimativa é de uma Selic de 15%, então será um cenário preocupante em relação às taxas de juros subsidiadas. Houve redução de 19% do volume aplicado do Plano Safra entre julho (2024) e fevereiro (2025). Os principais fatores foram a insuficiência de recursos, o aumento de critérios para análise de crédito nos bancos e algumas resoluções do Banco Central, que travaram o acesso dos produtores. A CNA e a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) trabalham todos os anos para que não haja o contingenciamento dos recursos anunciados e que estejam disponíveis ao longo de toda a safra. As principais demandas discutidas pelos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina foram a melhoria dos programas de financiamento para pequenos e médios produtores, a redução da burocracia nos bancos e dos custos acessórios e a garantia de recursos para as ferramentas de gestão de riscos.
Produtores e representantes de sindicatos rurais do Rio Grande do Sul destacaram a situação do Estado após as enchentes de maio do ano passado. Segundo relatos, as lavouras de grãos continuam com produtividade baixa e muitos produtores estão negativados, pois não conseguiram prorrogar o pagamento do crédito. Diante desse cenário, os programas de subvenção ao prêmio do seguro rural (PSR) e de garantia da atividade agropecuária (Proagro) são ferramentas essenciais para amparar os produtores em casos de problemas climáticos. O seguro rural é uma preocupação de todos os Estados da Região Sul e deve ser colocado como prioridade para o próximo Plano Safra. O seguro é algo que não vai ser resolvido no curto prazo, mas é preciso trabalhar esse tema para garantir a segurança dos produtores.
Foi ressaltada a importância do Projeto de Lei 2.951/2024, de autoria da senadora Tereza Cristina, para o aperfeiçoamento da política do seguro rural, fortalecendo a previsibilidade orçamentária e eficiência do setor. O projeto traz diversas mudanças em relação ao Fundo Catástrofe, como a possibilidade de aporte diversificado pela União e estrutura de administração sólida e participação efetiva dos cotistas. Os encontros serão realizados em todas as regiões, com o objetivo de ouvir as principais demandas dos produtores para a próxima safra, que começa em julho. As sugestões serão consolidadas em um documento que será entregue ao governo como contribuição para elaboração do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2025/2026. A próxima reunião será realizada nesta quinta-feira (20/03), no Rio de Janeiro (RJ), e reunirá as federações, produtores e sindicatos dos estados da Região Sudeste. Fonte: CNA. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.